Premiado longa “Miúcha, a voz da Bossa Nova” será exibido em presídio na França, seguido de debate com a diretora

O filme ‘Miúcha, a voz da Bossa Nova’ será exibido no dia 20 de fevereiro para mulheres em situação de cárcere, do Presídio de Fleury-Mérogis, maior complexo penitenciário da Europa, seguido de debate com a cineasta Liliane Mutti, que assina o filme com Daniel Zarvos. A Casa de detenção, localizado na periferia de Paris, tem uma grande presença de mulheres de origem da América Latina, que como as demais presidiárias, têm acesso a filmes em lançamento graças a iniciativa da Associação Lire c’est Vivre (em uma tradução livre: “Ler é viver”) em parceria com o Centro Audiovisual Simone de Beauvoir. A ação de levar cinema para os presídios já envolveu diversas cineastas do mundo, como a francesa Agnès Varda, a portuguesa Maria de Medeiros, a diretora palestina Hiam Abbas, além de atrizes, como Isabelle Huppert.

Crédito: Carlos Horcades

Cada exibição é seguida de um debate, permitindo uma abordagem artística e crítica, com uma troca de pontos de vista. “Um dos objetivos do Centro Audiovisual Simone de Beauvoir é promover o cinema para um público amplo, incluindo prisioneira e prisioneiros. As exibições mensais na prisão feminina e masculina de Fleury Mérogis dão às detentas e detentos acesso a filmes de qualidade, exibidos na tela grande, de preferência em sua versão original e acompanhados por profissionais do cinema“, explica Nicole Fernandez Ferrer, co-presidente do Centre Simone de Beauvoir.

Atualmente cerca de 10% dos presidiários na França estão presos por crimes que podem ser enquadrados como feminicídio, mesmo que a lei francesa não seja tão clara como a brasileira para a defesa das mulheres”, afirma a cineasta Liliane Mutti, que vem se destacando por sua filmografia com protagonistas mulheres e queers. “Espero que “Miúcha”, o filme, possa mexer com os homens também”, completa. Na mesma semana, o longa-metragem “Miúcha, a voz da Bossa Nova” será exibido no presídio masculino do mesmo complexo da região parisiense, dessa vez o debate sobre o filme será com o crítico de cinema Frédérick Pagès.

O longa-metragem “Miúcha, a voz da Bossa Nova”, uma coprodução Brasil, França e Estados Unidos, já foi exibido em 32 países e atualmente integra a programação da companhia aérea TAP. “A curadoria do Centro Audiovisual Simone de Beauvoir faz toda diferença nesse projeto, pois envolve filmes e profissionais que muito nos orgulham de fazer parte”, afirma Mutti. O Centro Audiovisual Simone de Beauvoir é também distribuidor de outros filmes feministas, sendo o responsável pelas exibições na França do filme “Elle, Marielle Franco”, da mesma diretora.

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