Crescimento Econômico Sacrificado

Fernando Rizzolo – Foto: Acervo Pessoal

Uma das melhores formas de se observar a pobreza de um país é avaliar o comprometimento da Saúde Pública da população. No Brasil, qualquer profissional da saúde que trabalhe no atendimento à população que faz uso do SUS vê e sabe o nível de desnutrição dos pais e das crianças que lotam os postos de saúde. A queixa são doenças que em sua maioria advêm da subnutrição, da impossibilidade de obter uma alimentação adequada em razão do desemprego, da alta dos preços dos alimentos, da pobreza e da miséria que a todos afetam.

Para isso foi construída uma política desenvolvimentista, a fim de que tenhamos um mercado interno forte, com geração de emprego, para que consigamos combater a desigualdade social devida em grande parte à falta de investimento, que esbarra em uma taxa de juros estratosférica e que favorece bancos e grandes investidores rentistas, tendo como pano de fundo a desculpa das metas de inflação, o perigo do descontrole macroeconômico e outras bobagens vindas dos que têm seu foco na rentabilidade e defendem uma cartilha por meio da qual o pobre povo brasileiro, sem poder de compra, sucumbe nos tentáculos da fome e da pobreza.

Neste mês, deputados lançaram a Frente Parlamentar Contra os Juros Abusivos e pelo crescimento econômico, uma vez que o Banco Central mantém as taxas reais mais altas do mundo. Com efeito, um país pobre não pode conviver travado com uma taxa de juro básico em 13,75%. Decidiu-se manter o Banco Central chefiado pelo indicado de Bolsonaro, Roberto Campos Neto. Na verdade, essa Frente Parlamentar criada não é em si contra o sistema financeiro, mas contra esse desequilíbrio injusto na cobrança de juros no Brasil, o que mais sugere como um boicote à política que precisa ser desenvolvida pelo legítimo governo eleito nas urnas.

Enquanto isso, o pensamento de que para a inflação não subir se deve privar o povo de consumir, instrumentando a alta dos juros para tal desiderato, denota a insensibilidade do Banco Central para com o povo pobre brasileiro, subnutrido, travando assim o desenvolvimento e a libertação de um país com vocação para crescer.

 

*Fernando Rizzolo é advogado, jornalista, mestre em Direitos Fundamentais

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