Xuxa e Junno narram investigação da Animal Equality que expõe sofrimento de galinhas em granjas de ovos e matadouros no estado de São Paulo

São Paulo, 21 de junho de 2023 – A Animal Equality lança hoje vídeo e fotos que expõem as condições enfrentadas pelas galinhas exploradas para produção de ovos. A investigação foi realizada no estado de São Paulo, que é o maior produtor de ovos do Brasil. As imagens são de quatro granjas e um matadouro especializado em abate de galinhas da indústria de ovos. Os locais foram escolhidos por serem representativos da realidade nacional, onde 95% das galinhas são criadas em sistemas de gaiolas.

Foto: Divulgação

As imagens foram narradas por duas conhecidas celebridades defensoras dos animais, o casal Xuxa e Junno, que generosamente emprestaram suas vozes para dar visibilidade ao sofrimento dessas aves. O casal, que é vegano, tem influenciado positivamente as pessoas a refletirem que a compaixão pelos animais não deve se limitar apenas aos cães e gatos.

“Ficamos felizes em dar voz para as galinhas, pois elas, junto com os frangos, são os animais explorados em maior número no Brasil e poucas pessoas sabem realmente o que se passa na indústria de ovos” afirma Junno, apresentador e ativista. A também apresentadora e ativista Xuxa Meneghel já apresentou outra investigação da Animal Equality sobre matadouros clandestinos, além de narrar o vídeo do projeto I Animal da organização. “Eu fico muito triste de saber o que as galinhas passam todos os dias na indústria de ovos. Eu sei que são cenas muito chocantes, mas é importante que elas sejam mostradas, pois somente quando vemos os problemas, podemos resolver. Eu gostaria muito que as pessoas compreendessem que está em suas mãos acabar com o sofrimento das galinhas com uma atitude simples, reduzir o consumo de ovos até eliminar” complementa Xuxa.

O foco desta investigação foi desconstruir os três principais mitos sobre a indústria de ovos. O ponto-chave das falhas de bem-estar animal está intrinsecamente relacionado com o sistema de criação em gaiolas, onde cada ave tem um espaço inferior a uma folha de caderno, o que resulta em intensa restrição de movimento, chegando a ter 13 aves por gaiola. Desta forma, elas são incapazes de abrir as asas com facilidade e caminhar poucos passos. Além disso, as gaiolas não permitem que as galinhas expressem comportamentos naturais da espécie, como ciscar, empoleirar, construir ninhos e tomar banho de areia.

Esse sistema de criação inadequado tem drásticas consequências para o bem-estar animal e isso foi documentado pelos investigadores, como a prática do canibalismo, intenso estresse por calor, galinhas com diversas feridas e infestadas por parasitas, além do alto índice de galinhas com a dolorosa condição conhecida como síndrome da peritonite do ovo e mesmo assim sendo mantidas no sistema produtivo, sem acesso a tratamento veterinário.

“Mais de 180 milhões de galinhas vivem em condição de intenso sofrimento nos sistemas de gaiolas. Ainda que mais de 100 empresas no Brasil tenham compromissos para banir o sistema de gaiolas de sua cadeia de suprimentos, a realidade das galinhas ainda é terrível. É preciso que a sociedade se conscientize de que sistemas de gaiolas ferem a nossa Constituição Federal, pois expõe os animais a situações cruéis como a falta de cuidados veterinários em casos de peritonite aguda. Precisamos incentivar uma mudança em direção a alternativas mais éticas e compassivas”, afirma Carla Lettieri – Diretora Executiva da Animal Equality Brasil. Além de trabalhar para expor a crueldade no setor agropecuário, a organização também trabalha para promover mudanças legislativas, engajar as empresas a cumprir os padrões de bem-estar animal e promover mudanças na alimentação, conscientizando as pessoas para reduzir ou eliminar o consumo de carne, leite e ovos com o intuito de proteger os animais.

Nas imagens também é possível observar um grande número de galinhas mortas, inclusive ao lado de galinhas vivas e de ovos que são comercializados, mostrando que um número significativo de galinhas morrem devido a doenças e estresse decorrentes do sistema de gaiolas e da alta produção de ovos resultante da seleção genética.

Nos matadouros, a Animal Equality revela que as galinhas são manipuladas de forma violenta, o que pode resultar em inúmeras fraturas ósseas extremamente dolorosas. Devido a falhas no processo de insensibilização, é comum galinhas serem mortas enquanto ainda estão conscientes e suscetíveis a sentir dor e sofrer. Além disso, os investigadores filmaram dezenas de galinhas que morreram durante o transporte entre as granjas e o matadouro. A organização reforça que essas cenas, filmadas nessas granjas e no matadouro, são comuns e acontecem em todo o Brasil.

Xuxa e Junno doaram os direitos de imagem na participação desse vídeo para a Animal Equality Brasil, ” É a forma que nós temos de dar a nossa contribuição para os animais com o nosso trabalho, apoiando uma organização que luta pelos animais”.

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