Violentos protestos deixam mortos e feridos no Iraque

As Forças de Segurança do Iraque invadiram na manhã deste sábado (25) os principais pontos de protestos em Bagdá, capital do país, prendendo dezenas de manifestantes. Até o momento as equipes médicas registraram a morte quatro pessoas e ferimentos em outras 125.

Testemunhas disseram que a polícia chegou aos locais de manifestações fortemente armadas, lançando bombas de gás lacrimogênio e efetuando disparos de arma de fogo.

Manifestantes são vistos neste sábado (25) durante confronto com as Forças de Segurança na Praça Tahrir, em Bagdá, capital do Iraque — Foto: Thaier al-Sudani/Reuters

A decisão de restaurar a ordem pública no país ocorreu horas depois que o clérigo Moqtada al-Sadr ter dito que iria suspender seu apoio nos protestos. O clérigo possui milhares de apoiadores no Sul do país e na capital, Bagdá.

Várias cidades localizadas no Sul do país permanecem cercadas, e os moradores estão impedidos de deixar as respectivas áreas.

Os confrontos se intensificaram depois que as autoridades iraquianas determinaram a remoção de todas as barreiras de concreto colocadas próximas a Praça Tahrir, em Bagdá, onde se concentram os manifestantes.

Na cidade de Basra, no Sul do país, as forças de segurança entraram em confronto com os manifestantes e impediram que eles entrassem na principal praça do país. Cerca de 16 manifestantes foram presos.

Já em Bagdá, capital do país, uma pessoa morreu e mais de 30 ficaram feridas depois que as forças de segurança reprimiram com violência as manifestações programadas para hoje. Cerca de 25 manifestantes foram detidos.

Manifestante atira de volta a bomba de gás lacrimogêneo lançada pelas Forças de Segurança iraquianas durante os violentos protestos contra o governo em Bagdá — Foto: Thaier al-Sudani/Reuters

Na cidade de Nassiriya, Região Sul do país, três pessoas morreram e 14 ficaram feridas durante os confrontos com as forças de segurança. Uma ponte que havia sido ocupada por manifestantes foi liberada.

Testemunhas disseram que as Forças de Segurança do Iraque usaram munição real contra os manifestantes, e não balas de borracha, como disseram as autoridades do país.

Os protestos contra as autoridades iraquianas iniciaram em 1º de outubro de 2019, e desde então o número de manifestantes, descontentes com o governo vem aumentando significativamente. Até o momento foram registradas a morte de 450 pessoas nos protestos.

Os manifestantes exigem a renúncia imediata do governo, composta por uma elite dominante e corrupta e, sobretudo, o fim da interferência internacional no país, especialmente na política iraquiana.

Lembrando que em 2003, os Estados Unidos (EUA) invadiram o Iraque e derrubaram do poder o então líder Saddam Hussein, que foi julgado e condenado a morte.

Desde então, o Iraque vem sofrendo uma deterioração em sua política interna e externa. O país encontra-se parcialmente ocupado por forças estrangeiras, sejam de soldados norte-americanos, sejam de militares iranianos.

Com informações das Agências France Presse e Reuters

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