Um grupo paramilitar fortemente armado invadiu neste sábado (15) o Palácio Presidencial em Cartum, capital do Sudão, causando a morte de pelo menos três pessoas.
De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, o grupo paramilitar informou que a residência do comandante do Exército, e o Aeroporto Internacional de Cartum também foram invadidos e tomados, além de outros dois aeroportos nas cidades de Merowe e El Obeid.
A Comunidade Internacional classifica essas invasões como uma tentativa de golpe contra o presidente Salva Kiir Mayardit, cujo paradeiro é desconhecido.
O Sudão é um dos países mais pobres do Mundo, e fica localizado no Norte da África. Vive uma crise humanitária há décadas e a ajuda demora a chegar a população civil em decorrência das restrições impostas pelo governo local e, sobretudo, devido à violência.
Em 2019, uma Guerra Civil depôs o ditador Omar al-Bashir, e em outubro de 2021, um golpe militar interrompeu um processo de paz que quase transferiu o poder para os civis.
Os episódios ocorridos neste sábado (15) no Sudão possuem relação direta com a rivalidade entre dois generais sudaneses, Mohamed Hamdan Dagalo e Abdel Fatah al Burhan, que buscam se apoderar do poder a qualquer custo.
O general Mohamed Hamdan Dagalo, mais conhecido como Hemedti, é líder das Forças de Apoio Rápido (RSF – sigla em inglês), nome do grupo paramilitar que diz ter tomado o poder agora. Ele fez um apelo à população e aos militares para que se rebelem contra o Exército e o general Abdel Fatah al Burhan, que lidera o país desde o golpe há quase dois anos.
Um confronto prolongado no Sudão pode piorar significativamente a situação no país, que já enfrenta um colapso econômico e surtos de doenças e violência tribal.
Há relatos, ainda não oficialmente confirmados, de que blindados e tanques estão patrulhando as ruas de Cartum, capital do país. Moradores dizem que os tiroteios são constantes nas ruas da capital e que eles foram proibidos de sair de suas respectivas casas.
Médicos sudaneses informaram que os confrontos estão concentrados em áreas residenciais, e que a maior parte das vítimas são de civis.
Com informações das Agências France Presse e Reuters