Papa diz que guerras atingem o mundo porque ninguém mais escuta

Ele desafiou jovens a contrariar lógica da guerra para construir novo mundo

O papa Francisco desafiou os jovens a contrariar a lógica da guerra para construir um “mundo diferente” e afirmou que a “violência está a ganhar cada vez mais terreno” porque as pessoas não escutam.

Papa Francisco enviou mensagem a Jovens

Papa Francisco enviou mensagem a Jovens (Foto: Ansa)

A declaração foi dada na mensagem enviada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, em nome do argentino, para o 46º Encontro Europeu organizado pela Comunidade de Taizé, uma reunião ecumênica de jovens de vários países, que acontece entre 28 de dezembro e 1º de janeiro, em Ljubljana, na Eslovênia, com o tema central “Caminhando Juntos”.

“Vivemos tempos difíceis com conflitos e guerras espalhados pelo mundo, porque ninguém mais escuta. Peço a todos para fazer isso, a ousar construir um mundo diferente, um mundo de escuta, de diálogo e de abertura”, apelou.

Francisco destacou que “vivemos em um mundo cheio de ruído onde os valores do silêncio e da escuta são sufocados” e, “neste contexto”, convidou todos a “redescobrir a dimensão profunda da escuta”.

“Ouvir é um ato de amor. Está no cerne da confiança. Sem ouvir, poucas coisas podem fazê-lo crescer ou desenvolver-se. Ouvir permite que você dê à outra pessoa o espaço que ela precisa para existir”, enfatizou.

O líder da Igreja Católica explicou que em “muitas vezes temos a impressão que aqueles que gritam mais alto merecem ser ouvidos”. “Infelizmente, hoje a violência ganha cada vez mais terreno”.

Na mensagem ele pede, portanto, para todos os jovens “caminharem juntos” para “barrar o caminho à marginalização, ao fechamento, à exclusão e à rejeição de categorias de pessoas”, além de apelar para que se tornem “construtores de pontes entre povos, culturas e religiões para um mundo estável e aberto”.

“Devemos nos comprometer a viver como o nosso mestre e senhor Jesus que não excluiu ninguém do seu caminho, reconheceu a presença de Deus naqueles que estavam à margem da sociedade e até em pessoas que não pertenciam ao seu povo”, explicou.

Por fim, o Pontífice pediu aos jovens que transmitam, através de palavras e ações, “uma mensagem forte ao nosso mundo que rejeita as categorias vulneráveis” e que tornem “concretos os seus sonhos de amor, justiça e paz”.

“Viva o presente. Não sacrifique a sua preciosa juventude no altar do prazer, da artificialidade e da superficialidade. Não deixe que os seus sonhos lhe sejam roubados e ajude a construir uma sociedade digna desse nome”, concluiu a mensagem.

Em uma publicação nas redes sociais, Francisco também alertou que, “hoje, como no tempo de Herodes, as tramas do mal, que se opõem à luz divina, movem-se na sombra da hipocrisia e da ocultação”.

“Quantos massacres armados acontecem num silêncio ensurdecedor, sem o conhecimento de muitos”, escreveu ele no dia em que a Igreja celebra o “Dia dos Santos Inocentes”.

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