ONU aprova Resolução exigindo fim do bloqueio econômico a Cuba

Assembleia Geral da ONU pede o fim do bloqueio econômico a Cuba – Foto: ONU/Divulgação

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou na manhã desta quarta-feira (1º de novembro), pela 26ª vez consecutiva, uma nova Resolução condenando o embargo econômico a Cuba, o qual foi imposto pelos Estados Unidos (EUA) em outubro de 1960. Foram 191 votos a favor, 2 votos contra (EUA e Israel) e nenhuma abstenção.

Os embaixadores de todos os países, com exceção de Israel e EUA, exigiram que as autoridades norte-americanas coloquem um fim no bloqueio econômico a Cuba.

Ao contrário da votação feita em 2016, quando os EUA decidiram se abster, desta vez a embaixadora norte-americana na entidade, Nikki Haley, votou contra e garantiu que Donald Trump não acatará a determinação da Assembleia Geral.

Já o Departamento de Estado dos EUA informou que a decisão de levantar o bloqueio econômico a Cuba não depende do presidente Donald Trump, mas sim do Congresso. O chanceler de Cuba, Bruno Rodrigues, que se encontra em Nova York, disse em discurso proferido na ONU, que seu país não vai se intimidar e que continuará trabalhando em prol da população.

Nas últimas semanas, o presidente Donald Trump reiterou em quatro ocasiões diferentes que seu governo não levantará o bloqueio a Cuba a menos que esta realize mudanças em seu ordenamento interno. Reafirmo hoje que Cuba jamais aceitará condicionamentos, nem imposições, e recordamos ao presidente e a sua embaixadora [Haley] que este enfoque aplicado por uma dezena de seus predecessores não funcionou, nem funcionará. Será um mais em conta de uma política ancorada no passado”, disse Bruno Rodrigues.

A gestão de Donald Trump está revertendo aos poucos a aproximação entre Cuba e Estados Unidos promovida pelo ex-presidente Barack Obama. A remoção de parte dos diplomatas da embaixada em Havana foi só o começo.

Vários países se manifestaram a favor de Cuba no plenário da ONU, tendo muitos embaixadores garantindo que o fim do bloqueio ajudaria a economia internacional como um todo e facilitaria a atualização do modelo econômico e social no país.

Para o representante do México, o fim do bloqueio econômico a Cuba facilitaria a recuperação da sua fragilizada economia e a melhoria gradual do nível de vida a população cubana, que ainda sofre com a escassez de alimentos básicos.

A embaixadora norte-americana na ONU disse que seu país votou contra porque as autoridades cubanas ainda não possuem uma democracia estável e que acredita que o povo cubano anseia por essas mudanças, cujas autoridades locais não pretendem que aconteçam.

O bloqueio econômico a Cuba foi oficialmente decretado em fevereiro de 1962 pelo presidente John F. Kennedy, após o triunfo da Revolução Cubana, que derrubou o ditador Fulgêncio Batista, aliado dos norte-americanos.

As sanções econômicas, no entanto, começaram em 1959 meses antes da queda de Fulgêncio Batista. Desde então o prejuízo acumulado com quase seis décadas de bloqueio ultrapassa os US$ 130 bilhões.

Com informações das Agências Reuters e Associated Press

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo