Irã acusa Arábia Saudita de autorizar ataque aéreo contra sua embaixada no Iêmen

Embaixada do Irã em Sanaa, no Iêmen, sem danos aparentes na tarde desta quinta-feira (07/01) – Foto: Divulgação

Embaixada do Irã em Sanaa, no Iêmen, sem danos aparentes na tarde desta quinta-feira (07/01) – Foto: Divulgação

O Governo do Irã divulgou na manhã desta quinta-feira (07/01), a informação de que a Força Aérea Saudita teria bombardeado intencionalmente sua representação diplomática em Sanaa, capital do Iêmen.

De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, a Arábia Saudita realizou entre a noite desta quarta-feira (06/01) e a madrugada de hoje uma série de ataques aéreos em Sanaa, mas segundo as autoridades locais, os alvos seriam locais onde insurgentes, que tentam de derrubar do poder o atual presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi.

Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Hossein Jaber Ansari, os ataques contra a Embaixada Iraniana em Sanaa foram deliberados, em represália a invasão e a depredação da representação diplomática saudita em Teerã, capital iraniana.

Ainda segundo Hossein Jaber Ansari, vários diplomatas e funcionários iranianos ficaram feridos no ataque.

“Esta ação deliberada da Arábia Saudita é uma violação de todas as convenções internacionais para proteger as sedes diplomáticas (…) e o governo saudita é responsável pelos danos causados e pela situação dos membros do pessoal que ficou feridos. A República do Irã se reserva o direito de defender seus direitos neste caso”, disse Jaber Ansari.

Coluna de fumaça pode ser vista nesta quinta-feira (07/01) em Sanaa, capital do Iêmen, após o bombardeio aéreo efetuado pela Arábia Saudita – Foto: Divulgação

Coluna de fumaça pode ser vista nesta quinta-feira (07/01) em Sanaa, capital do Iêmen, após o bombardeio aéreo efetuado pela Arábia Saudita – Foto: Divulgação

Em represália, as autoridades iranianas decidiram romper as relações econômicas com a Arábia Saudita, e proibiu a entrada no país de produtos sauditas.

O Governo do Irã também proibiu a viagem de iranianos a cidade sagrada de Meca, localizada em território saudita.

Arábia Saudita e Irã romperam oficialmente relações no dia 04 de janeiro deste ano, depois que a representação diplomática saudita em Teerã foi invadida, depredada e incendiada por iranianos revoltados com a execução de um clérigo religioso xiita, acusado de atos terroristas.

Analistas internacionais ouvidos pela equipe de reportagem afirmaram que as autoridades iranianas não costumam respeitar as Leis Internacionais, mas que apelam a elas quando seus interesses estão em jogo.

Em 1979, manifestantes iranianos invadiram a Embaixada dos Estados Unidos em Teerã e fizeram funcionários e guardas norte-americanos como reféns. Alguns meses depois os reféns foram liberados.

Mais recentemente, em 2011, a Embaixada da Grã-Bretanha em Teerã foi atacada e depredada por manifestantes iranianos, tendo todo o pessoal diplomático e funcionários conseguido fugir e se refugiar em local seguro. As autoridades britânicas somente reabriram a embaixada em agosto de 2015.

Com informações das Agências France Presse e Reuters

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