Hotelaria: como se desenvolver com o turismo de saúde?

Hotéis precisam se adaptar e crescer com segmento.

Julia Lima, presidente da ABRATUS – Foto: Divulgação

O turismo é sempre um mercado que envolve muita movimentação econômica para um país e a preocupação das redes hoteleiras com seus hóspedes não é para menos. Porém, poucos estabelecimentos no Brasil estão prontos para receber turistas-pacientes, aqueles que vêm ao nosso rico país para realizar algum procedimento, tratamento e cura para suas doenças. Este é o turismo de saúde, que caminha, passo a passo, para se mostrar um grande mar de oportunidades.

“Estamos falando de um turista que chega ao Brasil acompanhado de um familiar, faz o seu tratamento e tem no hotel um complemento da sua recuperação, permanecendo nele por muitos dias”, afirma Julia Lima, presidente da ABRATUS (Associação Brasileira de Turismo de Saúde). Para isso acontecer, no entanto, os hotéis precisam estar preparados – o que não significa exatamente ter uma estrutura hospitalar em seu quarto, mas sim um ambiente que favoreça a sua plena recuperação e que seja de fácil mobilidade para ele.

Dependendo do procedimento, o período no hotel pode se estender por semanas ou meses, e é essencial que neste percurso as redes de hotelaria possam oferecer o melhor para que este turista se sinta em casa. Em outras palavras, para que o turismo de saúde avance com toda a potência de que é capaz, é preciso ter conscientização e acessibilidade. O mesmo vale para a estrutura apresentada nas cidades, grandes polos de medicina, saúde e bem-estar no Brasil. “Esses turistas vêm ao nosso país porque encontram alta qualidade nos serviços, segurança no tratamento, bons preços e muito entretenimento. São entre 11 e 14 milhões de viajantes pelo mundo em busca desses procedimentos”, conta Julia.

Dentre os procedimentos mais procurados no Brasil estão os de ortopedia, ligados à coluna (72%), os de oncologia e tratamento para câncer (72%), cirurgias plásticas (62%), cardiovascular (64%) e os de neurologia (52%). Sendo que 26% gastam em média entre 10 mil e 20 mil dólares, e 25% gastam entre 20 mil e 50 mil dólares. 86% desses turistas vêm acompanhados por parentes ou familiares.

“A ABRATUS criou um programa de certificação em Wellness justamente para suportar o desenvolvimento do atendimento hoteleiro e da rede de serviços em bem estar, cosmética e estética”, conta Julia. Os prestadores de serviços nestas áreas interessados em receber pacientes devem procurar a entidade para se tornarem afiliados através do site. Está na hora dos hotéis se adequarem a esta nova realidade e a se desenvolverem e se expandirem no segmento de turismo de saúde em um país tão vasto como o Brasil, que oferece estrutura física e “emocional”, através da medicina natural, spas, relaxamento e contato direto com a natureza.

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