Haitianos encerram curso de informática patrocinado com recursos de TAC

Parceria entre entidades possibilitou capacitação de imigrantes em Mato Grosso do Sul.

Foto: Divulgação

Campo Grande (MS) – Mais de 20 imigrantes haitianos concluíram, na última sexta-feira (30), curso de informática básica ministrado nas dependências da Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária (unidade de Campo Grande).

A capacitação foi promovida pela Seleta e pelo Fórum de Trabalho Decente e Estudos sobre Tráfico de Pessoas (FTD-ETP), colegiado que atualmente é coordenado pelo procurador do Trabalho Cícero Rufino Pereira e que atua na prevenção, orientação, estudos e desenvolvimento de projetos e pesquisas voltados à garantia de direitos trabalhistas, independentemente de cor, raça, gênero ou nacionalidade.

“Buscamos defender sobretudo a dignidade da pessoa humana, com especial atenção às crianças e adolescentes, indígenas, quilombolas, imigrantes, fronteiriços, entre outros grupos. Essa qualificação contempla imigrantes haitianos, de modo a prepará-los e integrá-los ao mercado em prol de um futuro promissor”, esclareceu Cícero Rufino, homenageado na cerimônia de encerramento pela significativa contribuição.

O curso ocorreu no período noturno e teve duração aproximada de quatro meses. As doações que sustentaram sua realização foram oriundas de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado pelo Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul com a Seleta Caritativa que, além de ceder o espaço, forneceu vale-transporte e refeição para os alunos.

Ainda conforme Cícero Rufino, o Fórum de Trabalho Decente destina parte dos valores arrecadados por meio de acordos judicial e extrajudicial, celebrados com empresas que cometeram irregularidades trabalhistas, para o pagamento de hospedagem e alimentação a trabalhadores resgatados em situações semelhantes às de escravo, enquanto aguardam a quitação das verbas rescisórias.

Novos horizontes

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Bernard Denord, 28 anos, foi um dos participantes do curso de informática básica. Ele chegou ao Brasil há quatro anos e decidiu permanecer pela satisfação com o acolhimento das pessoas e pelas perspectivas de crescimento profissional, muito superiores segundo ele às deixadas no Haiti, país atingido em 2010 por um terremoto catastrófico. Em Campo Grande, local onde se fixou desde a vinda para o Brasil, Bernard soma experiências na construção civil e como estoquista de uma distribuidora de alimentos. “O conhecimento de informática é essencial para conseguirmos um emprego melhor. Aprendemos como se digita corretamente, como se faz planilhas e como se executa cálculos”, lembrou o aspirante à profissão de engenheiro elétrico.

Quase a totalidade dos alunos do curso de informática está inscrita em outra qualificação que começa este mês, na função de assistente administrativo.

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Inglês e informática para crianças, adolescentes e adultos  

Outro exemplo de atuação do Fórum de Trabalho Decente foi a oferta de cursos de inglês e de informática básica para crianças, adolescentes e adultos no município de Anastácio, interior de Mato Grosso do Sul. A iniciativa se desenvolveu durante seis meses em conjunto com o Instituto Ressoarte, entidade que há oito anos se empenha na transformação social por meio de atividades ligadas à arte, cultura, música, dança e esporte.

“Desde o ano passado, o Ressoarte conta com o apoio do Fórum de Trabalho Decente e que vem dando muito certo. Já certificamos via Universidade Federal de Mato Grosso do Sul quase 100 alunos, sendo 35 do curso de informática realizado em 2016 e, agora, 75 entre informática e inglês”, lembrou José Carlos Pacheco, presidente do instituto.

Fonte: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul

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