Governo Milei sofre derrota e retira projeto de Lei ‘Ómnibus’

Presidente disse que 'a casta se opôs à mudança'

O presidente da Argentina, Javier Milei, sofreu uma dura derrota no Congresso com a retirada do texto da chamada “Lei Ómnibus”, megapacote do líder ultraliberal para desregulamentar a economia.

Debate no Congresso argentino sobre Lei Ómnibus

Debate no Congresso argentino sobre Lei Ómnibus (Foto: Ansa)

Após a aprovação dos primeiros artigos, que davam superpoderes ao inquilino da Casa Rosada, a coalizão ultraliberal A Liberdade Avança (LLA) decidiu interromper a tramitação na noite de terça-feira (6) devido à falta de acordo sobre pontos cruciais da iniciativa, como as privatizações.

A Câmara de Deputados já havia inclusive aprovado o texto-base da Lei Ómnibus, mas o impasse a respeito de diversos artigos forçou a retirada.

Após a derrota, o governo acusou a oposição que havia aceitado dialogar de “traição”, enquanto Milei, em visita a Israel, disse que “a casta se opôs à mudança que os argentinos aprovaram nas urnas”.

“Sabemos que não vai ser fácil mudar o sistema no qual os políticos enriqueceram às custas dos argentinos que se levantam todos os dias para trabalhar. Há setores da política que resistem em fazer as mudanças de que o país precisa. Terão de explicar à sociedade por quê”, acrescentou.

Já o ministro do Interior, Guillermo Francos, explicou que o governo decidiu devolver o projeto para as comissões devido “à falta de vontade para acompanhar as reformas propostas pelo presidente”.

“Os itens mais importantes, que permitiam a desregulamentação da economia, foram rejeitados, então não fazia sentido avançar na discussão da lei”, disse.

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