Estátua de Apolo é achada em antiga piscina termal na Itália

Fragmentos de uma estátua de mármore que retrata Apolo, uma das principais divindades da mitologia greco-romana, caçando um lagarto foram encontrados em San Casciano dei Bagni, na região italiana da Toscana.

Estátua de Apolo achada em antiga piscina termal na Itália

Estátua em mármore de Apolo estava no fundo de antiga piscina termal da era romana (Foto: Ansa)

As peças foram achadas no mesmo sítio arqueológico da descoberta, em novembro de 2022, de um depósito com 24 esculturas de bronze no fundo de uma antiga piscina de águas termais da era romana, datadas de mais de 2 mil anos atrás.

A estátua de Apolo tem quase dois metros de altura e é uma cópia de uma escultura em bronze feita pelo artista grego Praxiteles (395 a.C.-330 a.C.). “As escavações em San Casciano não param de surpreender”, disse o diretor-geral de arqueologia do Ministério da Cultura da Itália, Luigi La Rocca.

“Não apenas bronzes eram dedicados às divindades veneradas nesse extraordinário santuário das águas, mas também valiosas estátuas de mármore, por vezes réplicas de originais gregas, como neste caso”, acrescentou.

Em um primeiro momento, o local das escavações parecia ser um pequeno edifício sacro construído em torno da fonte termal e da piscina ritualística, mas a ampliação do perímetro do trabalho dos arqueólogos revelou que trata-se de um verdadeiro templo com pórtico ornado com quatro colunas.

A parte central abrigava uma grande piscina coberta parcialmente por um pódio enfeitado com grandes estátuas – provavelmente a de Apolo era uma delas.

“É mais uma prova do valor sagrado que era dado à água quente da nascente, que era tida como uma divindade que brotava da terra e tinha sua morada nesse templo”, ressaltou Jacopo Tabolli, professor de arqueologia da Universidade para Estrangeiros de Siena.

“Não por acaso, essa estátua foi quebrada de propósito e jogada na piscina no momento do fechamento definitivo do local, no século 5 depois de Cristo, mas é difícil dizer se foi por um último ato de ritual pagão, por proteção ou pela vontade iconoclasta dos cristãos”, disse o diretor das escavações, o arqueólogo Emanuele Mariotti.

Mesmo que a obra esteja em pedaços – ainda falta encontrar os braços e partes da cabeça -, ela pode ser de grande interesse para pesquisadores.

Existem diversas cópias romanas da estátua original feita por Praxiteles, sendo que as mais conhecidas estão expostas no Louvre, em Paris, e nos Museus Vaticanos, mas nenhuma está ligada a um contexto preciso, assim como não se conhece o mito que explicaria o significado da relação entre Apolo e o lagarto.

“Pode haver uma relação com a medicina, visto que, para os antigos, o lagarto estava ligado a tratamentos oftalmológicos.

Na piscina, foram encontrados exemplares de bronze de lagartos”, afirmou Tabolli.

Dessa forma, Apolo, também venerado como deus da medicina, pode ter sido uma figura importante no templo de San Casciano dei Bagni, onde as pessoas iam para se tratar.

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