Especialista comenta influência do novo presidente eleito na Argentina nas relações políticas e econômicas com o Brasil

Javier Milei foi eleito na noite de domingo (19) com 55,95% dos votos, contra o governista peronista Sergio Massa (44,04%). Os dois concorreram no segundo turno de uma das eleições mais disputadas da história recente do país

Bandeira da Argentina – Foto: Divulgação

O cenário argentino, com a ascensão do ultraliberal Javier Milei à presidência, aciona um sinal vermelho para alguns temas que podem ter reflexos diretos ou indiretos para o Brasil. De acordo com Faber Paganoto, autor de Geografia do Sistema de Ensino pH, um deles tem a ver com as relações econômicas. “O Brasil é o segundo principal parceiro econômico da Argentina (e a Argentina é o terceiro principal parceiro do Brasil) e ambos os países integram o Mercosul. Com um discurso ultraliberal de Milei, uma ruptura comercial pode acontecer, embora seja pouco provável, já que poderia aprofundar a crise econômica vivida pela Argentina. No entanto, caso ela se configure, haveria um impacto negativo em muitas empresas brasileiras, sobretudo as do setor de calçados”, avalia Paganoto.

Por outro lado, o professor diz que se a implementação das propostas defendidas por Milei para a economia forem bem-sucedidas e tirarem o país da crise atual, os reflexos econômicos podem ser positivos para o Brasil.

Outro ponto de alerta é a entrada da Argentina nos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Essa demanda, articulada pelo Brasil nos últimos meses, não parece estar alinhada ao que se espera de Milei para as relações exteriores da Argentina. Isso seria um revés para os planos do Brasil em consolidar sua liderança regional”, finaliza o especialista.

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