Dia Mundial da Obesidade lembra a importância da reeducação alimentar para evitar problemas cardiovasculares, entre outros

Segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Brasil, 60% dos brasileiros acima de 18 anos estão acima do peso, situação que aumenta potencialmente o risco cardiovascular, conforme levantamento de 2021, publicado no European Heart Journal, que comprova que o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) colabora para o surgimento de doenças cardiovasculares. A correlação de vários estudos com o IMC mostra uma associação a maiores riscos de doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial, acidente vascular cerebral isquêmico e hipertensão.

Foto: Divulgação

O Dia Mundial da Obesidade e o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, lembrados em 11 de outubro, trazem o alerta para a necessidade de mudar hábitos para evitar complicações de saúde.

O principal é que as pessoas tenham consciência da importância da reeducação alimentar e busquem orientação profissional quando for preciso emagrecer. Fazer uso de alimentos mais saudáveis, os não industrializados, trabalhar mastigação e beber muita água são boas dicas. Regular o horário e não pular nenhuma das refeições, para evitar ‘ataques de fome’ são ações muito importantes e que ajudam a manter o peso corporal e evitar o surgimento de problemas de saúde relacionados ao sobrepeso e à obesidade e evitar complicações cardíacas, das articulações e até mesmo o surgimento de tipos de câncer ligados à obesidade“, destaca a nutricionista Denise Boia, do NUTOM (Núcleo de tratamento da obesidade mórbida) do Hospital Badim.

Além de reeducação alimentar, dieta e prática de atividade física, uma das opções para quem está muito acima do peso é a cirurgia bariátrica. O procedimento não é indicado para todos.

É preciso passar por avaliação médica e acompanhamento de diversos profissionais. Quem opta pelo procedimento e é elegível para este tipo de tratamento, precisa ter empenho. O procedimento requer, além do apoio de uma equipe preparada, disciplina do paciente, que deve contar com um bom acompanhamento psicológico no pré-operatório para que seja bem avaliado quanto a possíveis compulsões, bem como a relação com os alimentos que pode comer e entender como se comportar diante do processo cirúrgico“, completa a nutricionista.

O cirurgião bariátrico Guilherme Cotta, do Hospital Badim, explica o procedimento. “Trata-se de um procedimento onde o sistema digestivo é alterado para diminuir a capacidade de armazenamento pelo estômago ou para modificar o processo do processamento de alimentos pelo organismo. A ideia é reduzir drasticamente a quantidade de comida absorvida. Existe mais de uma técnica cirúrgica de bariátrica. O estômago pode ser grampeado com material especial ou cortado. Um médico deverá avaliar cada caso“, destaca Cotta, que é membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Para quem é esta cirurgia?

Embora muitas pessoas com peso acima do recomendado desejem fazer o procedimento, há critérios específicos para que a cirurgia seja segura. Em alguns casos de sobrepeso, há possibilidade de emagrecer só com a mudança de hábitos. Podem fazer a bariátrica, pessoas com IMC maior que 35 e que apresentem comorbidades tais como diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronariana e as osteoartrites. E, também, os indivíduos com IMC maior que 40, quando estão com a chamada obesidade mórbida, independente de comorbidades. “Realizada com toda a segurança e planejamento, a operação tem riscos muito pequenos, como qualquer outro procedimento cirúrgico. Precisando apenas de exames preliminares, acompanhamento médico, psicológico e nutricional”, explica Cotta, que é coordenador do Núcleo de Tratamento da Obesidade Mórbida do Hospital Badim.

Denise Boia destaca que é importante seguir as orientações da equipe, e principalmente adequar a alimentação dentro das fases do processo, inclusive no pós-cirúrgico. “As visitas aos consultórios de médicos, psicólogos e nutricionistas, o acompanhamento clínico completo, farão a diferença no decorrer do tempo da cirurgia“, orienta ela.

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