Desmatamento do Pantanal cresce quase três vezes em um ano no Mato Grosso do Sul, com maior incidência no município de Corumbá

Dados do MapBiomas confiram previsões de que desmatamento segue crescendo e deixando clara urgência de uma nova legislação.

Queimada no Pantanal Sul-Mato-Grossense – Foto: Divulgação

O Estado do Mato Grosso do Sul desmatou 25.543,1 hectares de área pantaneira no primeiro semestre de 2023. O índice, considerado assustador, representa um aumento de 272% com relação ao primeiro semestre de 2022, e é ainda mais impactante num recorte que destaca territórios estratégicos para a sobrevivência do ecossistema: o munícipio de Corumbá apresenta aumento de 282% na prática, estimulada por uma legislação frágil que legitima até 60% de substituição da vegetação original para fins de cultivo e pecuária. Entre janeiro e julho foram desmatados 16.536 hectares somente na unidade administrativa.

Nos últimos quatro anos a devastação no bioma tem crescido sem precedentes. Entre janeiro de 2019 e abril de 2023 foram desmatados mais de 120 mil hectares no Pantanal (quase uma cidade de São Paulo). Deste total, quase 109 mil hectares, cerca de 90%, ocorreram no Mato Grosso do Sul.

É urgente a criação de uma legislação nova, que ouça a academia e siga critérios ambientais, além de socioeconômicos. Segundo Gustavo Figueirôa, biólogo e diretor de comunicação do SOS Pantanal, “Como previsto, os índices de desmatamento continuam subindo no Pantanal, principalmente no Mato Grosso do Sul, que concentra mais de 90% dessa perda de vegetação. Os últimos dados lançados sobre o avanço da degradação de janeiro a abril já mostravam isso, e esses compilados para o semestre todo só confirmam esse cenário. É urgente que uma nova legislação para o uso do Pantanal entre em vigor, uma que ouça todos os setores da sociedade, e que novos estudos sejam realizados, levando em conta o fator da proteção ambiental”.

O instituto SOS Pantanal segue defendendo a ampliação das fiscalizações em ações que envolvam instituições civis e oficiais, e, paralelamente, para que seja criada uma lei federal que proteja o bioma, que também sofre periodicamente com o fenômeno das queimadas.

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