Ataques israelenses matam cerca de 100 pessoas na Faixa de Gaza

Gaza (Palestina) – Israel realizou entre a noite de domingo (24) e a madrugada de segunda-feira (25), uma série de ataques contra a Faixa de Gaza, matando pelo menos 100 pessoas, entre civis e integrantes do Hamas.

O palestino Ibrahim Al-Haj Youssef, que perdeu quatro de seus filhos, além de sua esposa em um ataque aéreo israelense, é visto no meio dos escombros, no Campo de Maghazi, no centro de Gaza – Foto: Doaa Ruqaa/Reuters – Cortesia

Dezenas de palestinos participaram na manhã desta segunda-feira (25), de um funeral coletivo. Uma fila de pessoas se formou pelas ruas cheias de escombros, na tentativa de tocar as mortalhas brancas que cobriam os corpos dos mártires.

Segundo informações das autoridades de saúde palestinas e da Organização das Nações Unidas (ONU), que ainda permanecem na cidade de Gaza, 70 vítimas foram veladas hoje em Gaza, tendo elas sido mortas em um ataque aéreo israelense contra Maghazi, localizada na Faixa de Gaza, que se encontra sitiada.

O funeral ocorreu após uma das noites mais mortíferas em Gaza, devido aos bombardeios aéreos e, sobretudo, em decorrência do avanço terrestre das tropas israelenses.

Um homem palestino, identificado como sendo I. Y., disse em entrevista a uma agência internacional de notícias, que a sua esposa e quatro filhos, incluindo um bebê de quatro, foram soterrados, depois que um ataque aéreo atingiu o Campo de Refugiados de Maghazi.

Integrantes da ONU que ainda permanecem na Faixa de Gaza disseram que Israel está bombardeando os campos de refugiados, fazendo com que muitos civis palestinos sejam mortos.

I.Y. disse ainda que estava fora da moradia quando ouviu as sirenes e o ataque, e que ao voltar para casa, conseguiu resgatar um dos filhos, mas que não conseguiu resgatar os demais membros da família, que ainda permanecem sob os escombros. O palestino ainda não sabe se os membros de sua família que ainda permanecem sob os escombros, estão vivos ou mortos.

O que eles fizeram de errado para serem mortos? Havia combatentes da residência aqui?”, perguntou I.Y.

O Governo de Israel negou veementemente que tenha atacado algum campo de refugiado na Faixa de Gaza, ou que tenha bombardeado alvos civis palestinos.

Segundo o porta-voz do governo israelense, os alvos são integrantes do Hamas e sua infraestrutura, principalmente os túneis.

A imprensa palestina e a internacional informaram que os bombardeiros aéreos e os ataques terrestres no Centro de Gaza se intensificaram nas últimas horas, e que os comboios com ajuda humanitária permanecem retidos na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.

O porta-voz do Ministério da Saúde da Palestina, Ashraf Al-Qidra, disse em entrevista as agências France Presse e Reuters, que muitos dos mortos em Maghazi eram mulheres e crianças.

Um jornalista estrangeiro que ainda permanece na Faixa de Gaza, disse ter ouvido e visto aviões israelense sobrevoando as cidades de al-Bureij e al-Nusseirat, que foram bombardeadas. O número de vítimas ainda é incerto.

A cidade palestina de Khan Younis, no Sul de Gaza, também foi bombardeada, tendo sido mortos ao menos 23 pessoas, a maioria civis.

O Crescente Vermelho Palestino informou que aviões militares israelenses estão bombardeando as principais estradas da Faixa de Gaza, dificultando a passagem de ambulâncias, de veículos de emergência, e de caminhões com ajuda humanitária.

Por causa da guerra entre Israel e a Palestina, as celebrações de Natal em Belém, na Cisjordânia, foram canceladas. Um dos clérigos realizou uma missa na principal Igreja.

Os cristãos palestinos de Belém realizaram uma vigília de Natal a luz de velas, com hinos e orações pedido paz em Gaza.

O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, não compareceu a vigília, evitando se indispor com a Comunidade Internacional e, ao invés de refletir sobre o conflito e pedir paz na região, enviou um representante.

Com informações das Agências Reuters, France Presse e Deutsche Welle

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