Confinamento de bovinos não é projeto somente para grandes produtores

As técnicas de confinamento e semiconfinamento proporcionam importantes contribuições para a engorda de bovinos. Com atenção aos custos e ao manejo nutricional e sanitário, a prática oferece boa rentabilidade, além da aceleração da terminação, rendimento diário acima da média, acompanhamento diário dos indicadores e gestão das pastagens.

Sérgio Przepiorka, proprietário da Boitel Chaparral e parceiro da Coimma – Foto: Arquivo Pessoal

Avaliando essas informações, pode-se pensar que a terminação intensiva está disponível somente para grandes volumes de animais. Não é verdade. Os pequenos produtores também podem investir no confinamento especialmente nas estações mais secas do ano, quando falta pasto e os animais correm risco de ficar mal nutridos. Isso é importante inclusive por razões econômicas, já que no sistema a pasto a terminação vai até os 36 meses de vida, em média, e no confinamento, o tempo é reduzido para cerca de 24 meses. O ganho de 12 meses representa um adicional extraordinário para a gestão do projeto pecuário.

A primeira preocupação dos pecuaristas na hora de montar o confinamento é ter bom estoque de comida (volumoso) e água de qualidade para o gado. A nutrição é o ponto principal para que a engorda ocorra no tempo e com a qualidade esperada. Entre 60% e 70% das despesas referem-se à alimentação dos animais.

Oferecer espaço adequado para cada animal é outro importante fator dessa técnica de terminação intensiva. Afinal, é preciso deixar o gado à vontade. Bovinos estressados representam improdutividade, o que acaba reduzindo a eficiência do regime. A conta é simples: 15 metros quadrados para cada animal. Esse espaço é o suficiente para proporcionar bem-estar para o rebanho.

As doenças também devem merecer especial atenção. O tempo seco, o frio e a poeira contribuem para a ocorrência de algumas doenças respiratórias indesejadas, como a pneumonia. Por isso, os animais devem ser vacinados antes da entrada no confinamento e, assim, evitar esse tipo de inconveniente.

Quero reforçar a questão nutricional, que deve seguir parâmetros profissionais. Para começar, não recomendo que o próprio pecuarista ou sua equipe, sem conhecimento técnico, alimentem os animais do jeito que bem entendem. Se isso acontece, ou o confinamento não funciona ou pode até fazer mal para o gado. Deve-se procurar a ajuda de consultores que entendem do assunto. Caso contrário, a engorda no confinamento não atingirá todo o potencial, além de elevar os custos. Os alimentos devem ser acessíveis para que não se inviabilize o regime nesse sistema.

Outro fator que impacta o bem-estar dos animais no confinamento é o manejo. Todos devem ser levados ao box no mesmo dia, de forma eficiente. No Boitel Chaparral, usamos o Tronco Hidráulico Megatron, da Coimma, ferramenta que facilita o manejo dos animais. Além disso, troncos como esse contribuem para a eficiência do processo ao respeitar os animais e evitar o estresse ao máximo. O equipamento conta com paredes laterais almofadadas e o piso é emborrachado, o que permite agilizar o processo.

O ponto central é que se decidir investir no confinamento, fique atento ao planejamento dos principais insumos, como água, alimentos e espaço. Mas principalmente, não se esqueça de privilegiar o bem-estar e o conforto dos animais.

*Sérgio Przepiorka, proprietário da Boitel Chaparral e parceiro da Coimma

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