Batalha de gigantes! entenda de vez a briga entre Uber e Google

A disputa entre as duas empresas já dura mais de um ano e promete ainda render muitos capítulos para essa novela tecnologica

Chrysler Pacifica para a Waymo, do Google (Foto: Divulgação)

Chrysler Pacifica para a Waymo, do Google (Foto: Divulgação)

A cidade americana de São Francisco se transformou no palco de uma batalha de gigantes. Isso porque começou lá na última segunda-feira (5) o julgamento da denúncia em que a Google acusa a empresa de transporte particular, Uber, de ter roubado projetos e tecnologias para a construção de seus próprios carros autônomos.

Se você não está entendendo nada, calma que vamos explicar como todo esse rolo começou há quase um ano.

Quem é quem nessa briga?

A Google é um dos braços da Alphabet que, por sua vez, também é o nome por trás da Waymo e de seus carros autônomos que já vêm sendo testados há anos.

A Otto, fundada pelo engenheiro Anthony Levandowski, é uma empresa especializada em tecnologia autônoma para caminhões e foi adquirida em julho do ano passado pela Uber após um acordo de aproximadamente US$ 680 milhões.

Se você se atentou ao nome de Levandowski, é melhor se preparar, porque ele é a peça-chave para todo o enrosco que deu origem à briga entre as empresas. O engenheiro era a principal figura da Waymo, mas pediu demissão e foi trabalhar com a Uber após sua starup ter sido comprada pelo grupo.

O que aconteceu, afinal?

Tudo poderia ter sido apenas uma troca normal de empresas por um grande executivo, porém, quando e-mails da Otto foram supostamente copiados sem querer para funcionários da Waymo, a Alphabet descobriu que existia uma “semelhança impressionante” no projeto para carros autônomos de ambas, inclusive alguns sensores em 3-D que continham “elementos secretos” de seus estudos que demoraram sete anos para serem desenvolvidos – enquando a Uber teria realizado tudo em nove meses.

Ainda, segundo o grupo do Vale do Silício, antes de pedir demissão e após ter se encontrado com executivos da empresa de transporte particular, Levandowki teria baixado mais de 14 mil arquivos confidenciais do programa de carros autônomos. Tudo isso foi o suficiente para que uma denúncia tenha sido feita em um tribunal de São Francisco, na Califórnia.

Volvo e Uber se unem para desenvolver carros autônomos (Foto: Divulgação)

Volvo e Uber se unem para desenvolver carros autônomos (Foto: Divulgação)

A Uber, claro, nega tudo. Segundo eles, os dados baixados por Levandowski nunca chegaram à empresa e seu projeto autônomo já estava sendo desenvolvido bem antes da compra da Otto e da contratação do engenheiro. Ainda segundo eles, sua tecnologia de sensores seria totalmente diferente da desenvolvida pela Alphabet.

De qualquer forma, a empresa achou por bem afastar Levandowski do programa de carros autônomos após as acusações e, posteriormente, acabou demitindo o engenheiro, dizendo que ele se negou a ajudar no processo jurídico, pois teria deixado de entregar documentos importantes dentro do prazo.

Julgamento

Com o início do julgamento, o juiz deverá decidir se os arquivos baixados eram realmente confidenciais e relevantes para um desenvolvimento da tecnologia autônoma pela Otto similar à do Waymo. Essa última empresa, por sua vez, afirma ter tido um prejuízo de US$ 1,9 bilhão com o roubo de dados. A Uber nega a necessidade de indenizar a rival.

Vale ressaltar que tudo isso pode ser a chave definitiva para definir quem sairá na frente para lançar efetivamente a tecnologia dos carros autônomos no mercado.

Volvo Cars fecha parceria com a Uber para desenvolver carro autônomos (Foto: Divulgação)

Volvo Cars fecha parceria com a Uber para desenvolver carro autônomos (Foto: Divulgação)

Apesar do juiz William Alsup, responsável pelo caso, ter afirmado anteriormente que parece “esmagadoramente claro” que Anthony Levandowski (que será testemunha pela Waymo), tenha baixado os arquivos confidenciais da empresa para produção de veículos autônomos na Otto, no entanto, ainda não há certeza de que a Uber tenha realmente usado dos dados para desenvolver seu projeto e, tampouco, roubado os estudos da Google. Caso a justiça entenda que, de fato, houve essa trapaça, a tecnologia que está sendo desenvolvida pelo grupo de transporte particular pode ser paralisada e uma multa milionária poderá ser cobrada.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos também investiga o caso, em um processo separado e cabe à justiça americana, agora, desvendar os pormenores dessa história que ainda promete muitos capítulos em toda essa novela tecnológica.

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