Um sonho em Si Bemol Maior

A música representa o instante e assim nos sentimos…as vezes amado, as vezes interessante, e nesse viés tem trilhado o caminho da música, uma pessoa que não quer ser lembrado pelo nome, mas pelo que faz as pessoas sentirem. Tanto que quando perguntei seu nome ele me disse –“ Simplesmente Renato”.

Simplesmente Renato – Foto: Divulgação

Com seu jeito de menino fez da música seu destino, e assim aos quinze anos despertou seu dom e começou a dedilhar os primeiros acordes. Comprou alguns livros de cifras e  começou sua odisseia. É cediço que o elemento que define a tonalidade de uma música são seus acidentes (sustenidos e bemóis), que são escritos, na partitura, na armadura de clave, mas na vida o que dá o tom são os mágicos momentos de carinho e de felicidade, momento em que o coração já escravo oferece aos pensamentos, seus verdadeiros significados que delineiam estrofes impregnadas de emoções.

São certamente um saltitar de olhares coloridos, muitas vezes fatais que nos corpos cheios de idas e vindas tornam nossos sonhos irreais. Por outro lado, se no cotidiano os indivíduos são avaliados segundo critérios generalizáveis e se tornam, por isso, intercambiáveis, nas relações amorosas o critério de seleção é subjetivo e inacessível à cognição, o que torna a pessoa amada única e insubstituível, o que nos faz observar na pele aveludada da mulher a certeira aceitação voluntária de uma inevitabilidade. É o momento em que o amor empresta uma força de persuasão especial àquilo que o outro vivencia ou poderia vivenciar nas coisas e nos acontecimentos e a transforma em canção.

Renato como todo apaixonado tem um ídolo: o mexicano Marco Antônio Solis e lembra a letra de “Amor em Silencio” Todo es tan grande y pequeño, Descubro que hay sueños descubro miradas que enfrian mi piel Veo del mundo lo bello y lo cruel. Hay palabras que rompen mi hiel, pero donde existe el dolor, siempre hay una semilla de amor (Tudo é tão grande e pequeno. Descubro que há sonhos descubro olhares que gelam minha pele. Vejo do mundo o belo e o cruel, Tem palavras que rompem minha pele, mas onde existe a dor, sempre tem uma semente de amor.

Falando ainda de romantismo ele lembra que “Something”, composta por George Harrison tendo como inspiração Pattie Boyd e cita que já na introdução retrata a sua dramaticidade. Ele que já morou nos Estados Unidos, relembra I don’t want to leave her now / You know I believe and how (Eu não quero deixa-lá agora / Você sabe que acredito e muito) e finaliza. – Assevera que George Harrison escreveu e compôs uma das músicas mais romântica dos Beatles, sem escrever uma única vez a palavra “amor”.

E essa bagagem emocional, seu jeito família de ser, de querer amalgamar sem julgar, apenas cantar e cantar, motivou-o a compor centenas de músicas; e escolheu 2020 para abrir seu baú de romantismo, e dá um recado citando uma poesia de Florbela Espanca: Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder…para me encontrar….

Assim é a vida atual, do cantor e compositor “ Renato”, suas musicas sendo gravadas no R2 Home Studio, estarão em brevíssimo tempo nas plataformas digitais, e ele, com paixão no coração, a saudade no peito, vai caminhante com um violão no ombro e um sorriso distante, enveredando pelas estradas do nosso rincão, parando em cada orelhão, moído e espremido de lembranças e cantando “ quebrei todas as promessas, cai em contradição, teu telefone está chamando… atende a minha ligação. E Renato sabe que, se a lágrima insistir, não se compadeça nem se entristeça: “A flor também precisa de água para sobreviver.”

* Articulista 

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