UE libera repasse de 50 milhões de euros à Unrwa

Agência da ONU se comprometeu a aceitar auditoria externa

O poder Executivo da União Europeia vai enviar 50 milhões de euros (R$ 268 milhões) à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa), que viu minguar os repasses de países ocidentais devido às acusações de Israel sobre a presença de colaboradores do Hamas em seu quadro de funcionários.

Palestinos fazem oração em mesquita destruída por ataque israelense em Rafah

Palestinos fazem oração em mesquita destruída por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza (Foto: Ansa)

Em nota, a Comissão Europeia informou que também vai aumentar o apoio financeiro de emergência para os palestinos em 2024.

Em 29 de janeiro, o Executivo da UE havia anunciado uma “avaliação” dos financiamentos à Unrwa em função das acusações de Israel, que diz que funcionários da agência colaboraram com os atentados de 7 de outubro, que deixaram 1,2 mil mortos no país judeu e desencadearam uma guerra na Faixa de Gaza, onde o número de vítimas já passa de 30 mil.

Segundo o comunicado da Comissão Europeia, o organismo da ONU garantiu que fará uma revisão de seu quadro de funcionários e se comprometeu a estabelecer novos controles para mitigar tais riscos no futuro. Além disso, a Unrwa aceitou uma auditoria externa de especialistas indicados pela União Europeia.

Ao todo, o Executivo do bloco prevê repassar 82 milhões de euros (R$ 440 milhões) para a agência em 2024, mas a segunda e a terceira parcelas, ambas de 16 milhões (R$ 86 milhões), dependerão da implementação do acordo.

Além disso, Bruxelas vai destinar mais 68 milhões de euros (R$ 365) para outras organizações humanitárias que atuam na Palestina, como a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho. “Estamos ao lado do povo palestino em Gaza e em toda a região. Os palestinos inocentes não devem pagar o preço dos crimes do grupo terrorista Hamas”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O anúncio chega um dia depois de as forças israelenses terem disparado contra civis que aguardavam a distribuição de ajuda humanitária na Cidade de Gaza, deixando mais de 100 mortos.

O país judeu culpa um “tumulto” provocado pelos próprios palestinos, que teriam tentado saquear os caminhões do comboio, porém o caso provocou comoção internacional e condenações no mundo todo, inclusive na UE.

“Essas mortes são completamente inaceitáveis”, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pediu uma investigação independente. “O direito internacional não admite duplos padrões”, acrescentou.

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