Testes e Avaliações: Hyundai Creta 1.6 Automático

Entenda porque o SUV compacto tem boas chances de se tornar um dos modelos mais vendidos da categoria

Prepare-se para ouvir falar muito no Hyundai Creta. É verdade que ele chega para concorrer no segmento mais disputado do mercado, o de SUVs compactos. Mas, a Hyundai parece ter entendido muito bem o gosto dos brasileiros quando o assunto é carro compacto com a linha HB20, que se tornou sucesso de vendas. Agora, os rivais são Honda HR-V e Jeep Renegade.

Hyundai Creta (Foto: Redação Autoesporte / Guilherme Blanco Muniz)

Para esta primeira avaliação do modelo, elegemos a versão Pulse, com motor 1.6 e câmbio automático. Ela ocupa exatamente o centro da gama do modelo (R$ 85.240) e representa uma das melhores relações custo-benefício: a versão de entrada custa R$ 12 mil a menos (R$ 72.990), enquanto a topo custa R$ 14 mil a mais (R$ 99.490).

Impressões ao volante

Apesar de ser feito com a plataforma do sedã médio Elantra, à primeira impressão o Creta lembra muito mais o HB20 por conta do visual. Mas consegue ter identidade própria, já que seu interior tem diversos elementos que não estão presentes no hatch e no sedã. Embora abuse do plástico rígido, o painel tem bons encaixes e deixa saldo positivo no final das contas. Felizmente, o acabamento da porta se vale de trechos de couro e tecido e em nada lembra o do HB20, extremamente simples. Os ajustes de altura do banco do motorista e de altura e profundidade do volante facilitam achar a melhor posição de dirigir. A maior diferença é que os passageiros tendem a ficar mais elevados a bordo do Creta.

Mesmo com a boa impressão inicial que tive, ainda havia o receio de que o motor 1.6 não desse conta do recado de carregar os 1.359 kg do carro (vazio, sem passageiros). Contudo, ao dirigir o Creta por trechos urbanos e rodoviários em Florianópolis com três ocupantes, o motor mostrou bom fôlego. Embora torque e potência não surpreendam, são entregues relativamente cedo, contribuindo para fazer o desempenho suficiente para o uso urbano. O sistema start/stop (de série em todas as versões) contribui para bons números oficiais de consumo (confira abaixo) e faz pouco barulho e vibrações para ligar e desligar o motor.

Apesar de as trocas serem suaves, o câmbio vacila para encontrar a marcha correta, especialmente em estradas. Além disso, para retomar velocidade a transmissão segura os giros acima dos 4 mil, fazendo com que o bom revestimento acústico da cabine seja invadido pelo barulho do motor. Pena é que aletas para trocas atrás do volante não sejam oferecidas em qualquer versão – há apenas a opção de fazer trocas manuais diretamente na manopla. A direção poderia ser mais direta e o quadro de instrumentos têm boa leitura.

A suspensão é mais firme do que molenga, embora não incomode os passageiros. Já o espaço interno promete não deixar ninguém apertado: os 2,59 metros de entre-eixos são reflexo da escolha de optar pela plataforma do Elantra, e não do compacto HB20. Bem utilizado, o espaço faz com que passageiros de altura média viagem com até um palmo de distância entre o joelho e o banco dianteiro. Medida parecida é o espaço entre a cabeça e o teto.

Hyundai Creta (Foto: Redação Autoesporte / Guilherme Blanco Muniz)

Custo-benefício

Os itens de série mais importantes do Creta foram igualmente distribuídos entre todas as versões da gama. Isso significa que qualquer versão agrada, mas deixa o consumidor frustrado por querer levar para casa a configuração seguinte – e mais cara. A variante aqui avaliada é prova disso: tem ar-condicionado, start/stop, sensor de ré, controle de velocidade de cruzeiro e faróis de neblina. O ponto negativo fica por conta do sistema de som, muito simples para sua categoria. Batizado de Blue Audio, tem rádio, entradas USB, conexão Bluetooth e comandos no volante, porém não tem tela sensível colorida sensível ao toque. Também faltam luzes diurnas de LED e vidros com acionamento por um toque – oferecidos só na versão seguinte.

O pacote de itens de segurança é bom. Além dos obrigatórios airbags duplos e freios ABS, há controles de tração e estabilidade, alerta de frenagem de emergência, assistente de partida em rampa, monitoramento de pressão de pneus, Isofix e alerta de cinto de segurança para motorista e passageiro. Entretanto, airbags adicionais (laterais e de cortina) não são vendidos nem como opcionais – são exclusividade da salgada versão topo de linha (R$ 99.490). Pior é a ausência de freios a disco nas quatro rodas.

Vale a compra?

Sim. Nesta versão, o Creta é capaz de aliar bom desempenho para um motorista urbano comum, conforto e bons itens de série. Além de bom espaço interno para a sua categoria. Colocando na ponta do lápis, ele consegue rivalizar com as versões mais básicas dos concorrentes, oferecendo bom custo-benefício. Pena é não ter freios a disco nas quatro rodas e tela multimídia sensível ao toque.

Ficha técnica

Motor: Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, comando duplo, flex

Cilindrada: 1.591 cm³

Potência: 130/123 cv a 6.000 rpm

Torque: 16,5/16 kgfm a 4.500 rpm

Transmissão: Automática de seis marchas, tração dianteira

Direção: Elétrica

Suspensão: Independente, McPherson na dianteira e multibraço na traseira

Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, ABS

Pneus: 215/60 R17

Dimensões: Comprimento 4,27 m; Largura 1,78 m; Altura 1,63 m; Entre-eixos 2,59 m

Tanque: 55 litros

Peso: 1.359 kg

Porta-malas: 431 litros (declarados pelo fabricante)

Consumo urbano com Etanol: 7,1 km/l (urb.) e 8,2 km/l (rod.) (declarados pelo fabricante)

Itens de série

Ar-condicionado, rádio AM/FM, Bluetooth, USB, comandos no volante, sistema start/stop, sensor de estacionamento traseiro, ajuste de altura e profundidade do volante, ajuste de altura do banco do motorista, vidros elétricos, retrovisores elétricos, direção elétrica, chave tipo canivete com telecomandos, computador de bordo, controle eletrônico de velocidade com comandos no volante, rodas de liga 17 polegadas diamantadas, monitoramento de pressão de pneus, Isofix, alerta de cinto de segurança para motorista e passageiro, alarme, controle eletrônico de estabilidade (ESP), controle eletrônico de tração (TCS), gerenciamento de estabilidade (VSM), assistente de partida em rampa (HAC), sinalização de frenagem de emergência (ESS), faróis de neblina, barras no teto, grade frontal com acabamento cromado, acabamento em couro na alavanca de câmbio, painel central em preto e cinza, console central tipo Deluxe, acabamento em tecido nas portas e acabamento de couro nos apoios de braços nas portas e central.

Fonte: Auto Esporte

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