Responsável pela gravação feita com Pauletti se apresenta à CPI do CIMI

Roseli Ruiz, produtora rural, aponta que ex-assessor jurídico do Cimi, mentiu sobre a gravação.

Foto: Assessoria Assembleia Legislativa/Divulgação

Foto: Assessoria Assembleia Legislativa/Divulgação

Roseli Ruiz, produtora rural de Antônio João (MS), pediu para ser ouvida na oitiva realizada nessa terça, 8, na CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga se o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) incita e/ou financia as invasões de propriedades rurais em Mato Grosso do Sul. Ela se revelou como a responsável pela gravação apresentada na CPI que mostra o advogado Maucir Pauletti, ex-assessor jurídico do Conselho, apresentada como prova contra a instituição.

Na gravação, Pauletti fala sobre descontentamento e o fato de estar “cansado com a situação”. Aos membros da CPI, o ex-assessor jurídico informou as informações eram relativas às questões pessoais e que o assunto não tinha relação com o objeto de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito. Diferente do que o advogado apontou, a autora da gravação apontou que Pauletti falava sobre o Cimi e disse que ele mentiu quando falou que não se falava sobre o que se tratava a gravação.

A produtora rural relatou que ela conheceu Pauletti quando resolveu cursar Direito na Universidade Católica Dom Bosco. Roseli já enfrentava, em sua propriedade, a invasão de índios e queria entender as razões das polícias temerem interferir no processo. O relacionamento dos donos da fazenda com os indígenas que moravam próximos da propriedade também costumava ser amistoso. Roseli costumava levá-los ao médico em urgências e tinha projetos para as crianças indígenas. Pauletti, que era professor da Universidade, especialista em Direito Agrário. “Ele me foi apresentado como especialista na questão fundiária envolvendo indígenas”.

Roseli se encantou pelo que o Cimi poderia fazer pelos índios que moravam próximos de sua propriedade e considerava Pauletti um exímio especialista e professor. Sugeriu a construção de uma escola, dentro da área invadida para as crianças indígenas e levou a proposta para o então governador de MS, José Orcírio Miranda dos Santos.

A produtora lembra que em um evento agendado na Universidade, sobre questão indígena, que contaria com a participação do presidente da Funai, Pauletti seria, inclusive, mediador. Ao saber do encontro, a produtora resolveu trazer os índios a Campo Grande para falar sobre a questão da terra. “Pauletti apenas disse que como o assunto era particular deveria ser tratado fora dali e que marcaria uma audiência privada como presidente da Funai”.

Nessa ocasião, Roseli conta que presidente da Funai foi embora, sem conseguir realizar a audiência, mas o que a assustou foi o relato dos índios sobre a ligação de Pauletti com o Cimi. O cacique Dom Quitito disse para Roseli que pediram para que ele assinasse uma acusação onde os donos da Fazenda Barra, de propriedade de Roseli, retiravam madeira de área de preservação. “Era a madeira que compramos legalmente para a construção da escola”.

A propriedade de Roseli e Pio Silva, Fazenda Barra, está invadida desde 1998. A violência marcou a invasão. O marido de Roseli apanhou de seus raptores. Para entender o processo de demarcação de propriedades rurais em áreas indígenas. Roseli estudou Direito e também é antropóloga.

A CPI do Cimi é conduzida pelos deputados estaduais Mara Caseiro (PTdoB) como presidente; Marquinhos Trad como vice; Paulo Corrêa como relator, e os parlamentares membros Onevan de Matos (PSDB) e Pedro Kemp (PT),

Assessoria de Imprensa CPI do Cimi/ Aprosoja MS

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