A queda na venda de revistas em quadrinhos (gibis) já causa preocupação das editoras e, sobretudo, dos proprietários das bancas de jornais e revistas, que resistem arduamente a crise.
O mercado está passando por uma série de dificuldades, como a diminuição no volume de vendas, a falta de leitores, já que muitos preferem os desenhos animados, principalmente os animes produzidos no Japão, o aumento nos preços dos gibis, já que muitos agora possuem encadernação um pouco mais luxuosa, e o declínio das bancas, sendo que muitas fecharam as portas no decorrer dos anos.
Foto: Álvaro Barbosa
Um dos principais motivos para a queda nas vendas são os preços elevados. As histórias em quadrinhos estão cada vez mais caras, com um aumento acumulado de 23% nos últimos três anos no Brasil.
Outro fator é o sistema de distribuição, que antes dependia exclusivamente das bancas de jornais e revistas. Com o declínio destes estabelecimentos, os consumidores possuem dificuldades para encontrar e comprar os gibis.
Para tentar fugir da crise, muitas editoras têm apostado nas edições de luxo, com acabamentos gráficos especiais e capas duras, o que eleva os custos e, sobretudo, o preço final do produto, deixando-o menos acessíveis, principalmente para as pessoas de baixa renda.
A concorrência de outras mídias também tem ajudado a fazer com que houvesse o desinteresse das pessoas pelos gibis (revistas de histórias em quadrinhos).
Foto: Álvaro Barbosa
Segundo a Nielsen BookScan, entre 2020 e 2023, os preços das HQs subiram cerca de 23%, impactando diretamente nas vendas. Em 2023, houve uma queda de 14% nas vendas das revistas HQs.
A crise não afeta somente o setor de Revistas de Histórias em Quadrinhos (HQs). A pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil’, realizada pelo Instituto de Proteção e Estudo das Relações de Consumo do Brasil (Ipec), mostra que o país perdeu cerca de 6,7 milhões de leitores entre 2019 e 2023.
Hoje, apenas 27% dos brasileiros afirmam ter lido um livro inteiro nos últimos três meses. O cenário tem se mostrado preocupante, sobretudo para professores e escritores.
