Papel da indústria na conservação das florestas é debatido em painel do estande do Brasil na COP 27

Programação dos painéis, realizados para discutir os principais caminhos e potencialidade do país no combate às mudanças climáticas, se encerra nesta quinta-feira (17.11) em Sharm El-Sheik, no Egito

Papel da indústria na conservação das florestas

A programação do dia reuniu especialistas de várias áreas, tanto do setor público quanto privado (Foto: Daniela Luquini)

O papel da indústria brasileira e os trabalhos que ela desenvolve no campo da sustentabilidade, de modo a conectar o país à nova economia verde global, foram temas dos painéis realizados no estande do Brasil, nesta quarta-feira (16), na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 27), realizada em Sharm El-Sheik, no Egito.

A programação do dia reuniu especialistas de várias áreas, tanto do setor público quanto privado, que debateram assuntos como as ações para o desenvolvimento do mercado de hidrogênio verde no Brasil, as iniciativas da indústria para uma economia de baixo carbono, a neutralidade climática e a transição energética.

A pauta também tratou de um dos temas centrais das discussões da COP 27: a conservação das florestas e, neste sentido, o foco girou em torno das contribuições da indústria neste processo.

Representante da maior produtora mundial de celulose e presente em um dos painéis como palestrante, a executiva Mariana Lisboa, líder global de relações corporativas da empresa, elogiou a iniciativa do Governo Brasileiro em promover os exemplos de sucesso na COP 27.

“O estande do Brasil mostra um lado muito positivo do nosso país, que é a indústria que vem trabalhando na transição para uma economia verde e descarbonizada. São discussões extremamente relevantes com setores diversos e com o poder público. Estamos tendo aqui na COP 27 uma oportunidade muito grande de mostrar para o mundo o Brasil que funciona de forma sustentável e que se posiciona como parte da solução para a crise climática do planeta”, prossegue Mariana Lisboa.

Ela citou o exemplo de sua empresa, que há décadas atua conectada com conceitos de sustentabilidade. “É importante esclarecer que nossa empresa não corta árvores. Ela planta árvores. A matéria prima do papel e da celulose é o eucalipto, que é a floresta plantada. Existe um compromisso de desmatamento zero por parte da empresa. Só plantamos em áreas degradadas e recuperamos áreas de preservação e áreas de reserva legal também. Nossa atividade é 100% sustentável, o que nos dá muito orgulho”, destaca a executiva.

O diretor de Inovação e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Jefferson Gomes, também foi um dos palestrantes. Ele lembra que o país já é um dos protagonistas no cenário internacional quando o tema é sustentabilidade e credita isso ao trabalho desenvolvido no campo da ciência.

“O Brasil vem avançando há anos neste tema e é um dos principais atores globais. E isso se deve aos cérebros brasileiros. Nós conseguimos desenvolver uma agricultura forte e uma biotecnologia extremamente competente”, afirma.

Outro palestrante que ressaltou o papel dos pesquisadores brasileiros no processo de fortalecimento da economia verde no Brasil é José Luís Gordon, diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

“A Embrapii vem apoiando fortemente o desenvolvimento de tecnologia na parte da biodiversidade brasileira. Temos feito produtos, por exemplo, a partir do jambu, do açaí, além de muitos projetos para biofertilizantes”, revela.

Gordon ressaltou que a empresa trabalha para ter uma indústria e um país cada vez mais sustentável, potencializando a competitividade do Brasil. “Quando eu falo de indústria estou usando um sentido amplo, já que a agroindústria também faz parte disso, investindo muito em sustentabilidade”, ressaltou Gordon.

Durante o painel, José Luís Gordon anunciou a abertura de novos centros de pesquisa no Brasil que atuam no campo da sustentabilidade. “Anunciamos aqui que foram credenciados mais quatro centros ligados à bioeconomia na Região Norte. Isso é muito importante para agregar valor e colocar a Região Norte como referência para a bioeconomia”, explica.

Desenvolvido em parceria entre a Embrapii e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MTCI), a rede é um ecossistema integrado e que tem como objetivo alavancar a capacidade produtiva e a competitividade das empresas brasileiras, por meio do incentivo ao uso e ao desenvolvimento de tecnologias de fronteira no processo produtivo industrial.

Últimos painéis

Nesta quinta-feira (17.11), penúltimo dia da COP 27, serão realizados os últimos painéis da programação do estande do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Serão debatidos temas como: hidrogênio verde, sustentabilidade dos biomas brasileiros, inovações tecnológicas e descarbonização no setor de óleo, cooperativas e sustentabilidade (Recicla+), eólicas offshore, e políticas públicas e financiamento para recuperação da vegetação nativa, com destaque para o projeto Floresta Viva.

O Floresta Viva é uma iniciativa conjunta entre órgãos como BNDES, Petrobras e o setor privado, destinada a implementar projetos de restauração ecológica com espécies nativas e sistemas agroflorestais nos biomas brasileiros.

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