Nova recomendação para tratar a osteoporose nas pessoas com diabetes tipo 2

A Associação Americana de Diabetes (ADA) publicou uma atualização nas suas recomendações sobre os cuidados com os pacientes com diabetes. Neste documento, foi recomendado o tratamento medicamentoso da osteoporose nos pacientes com diabetes tipo 2 que apresentem T-score menor ou igual a -2.0, em vez do tradicional ponto de corte de -2.5 utilizado na população geral.

Foto: Divulgação

Ou seja, a recomendação é tratar a osteoporose em um estágio mais precoce de perda óssea, já que no diabetes tipo 2 pode existir uma massa óssea aumentada. Apesar disso, esse osso é mais fraco e quebra mais facilmente. Uma das teorias que tem sido estudada é que produtos da glicose podem se ligar ao colágeno do osso, piorando a sua qualidade, mesmo sem perder muita densidade. Então é um ponto para os médicos ficarem atentos”, explica Dr. Leonardo Bandeira, endocrinologista da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).

A fragilidade óssea é classicamente associada ao diabetes tipo 1, que apresenta queda de massa óssea e aumento no risco de fraturas. Nos últimos anos, tem se dado atenção maior ao entendimento da doença óssea no diabetes tipo 2, o tipo mais prevalente de diabetes. Nestes pacientes, diferentemente do tipo 1, existe um aumento no risco de fraturas, porém com menor comprometimento de densidade óssea, fenômeno também conhecido como “O paradoxo da fragilidade óssea no Diabetes”.

A nova recomendação diz “Medicamentos antirreabsortivos e agentes osteoanabólicos devem ser considerados para pessoas com diabetes que apresentam baixa densidade mineral óssea com escore T ≤ −2,0 ou que sofreram fraturas por fragilidade”. Antes desta recomendação publicada há poucos dias, o limite sugerido era T ≤ −2,5, como na população geral.

Ainda dentro das recomendações sobre saúde óssea e diabetes publicadas pela ADA estão:

– O risco de fratura deve ser avaliado em idosos com diabetes como parte dos cuidados de rotina na prática clínica, de acordo com fatores de risco e comorbidades.

– Monitorar a densidade mineral óssea de idosos com alto risco de diabetes a partir de 65 anos, ou em indivíduos mais jovens com diabetes e múltiplos fatores de risco. Monitorar a cada 2 ou 3 anos.

– Os médicos devem considerar o potencial impacto adverso na saúde óssea ao selecionar opções farmacológicas para reduzir os níveis de glicose em pessoas com diabetes. Recomenda-se priorizar medicamentos com perfil de segurança comprovado para os ossos, principalmente para aqueles com risco elevado de fraturas.

– Para reduzir o risco de quedas e fraturas, as metas de manejo glicêmico devem ser individualizadas para pessoas com diabetes com maior risco de fraturas. Priorizar o uso de medicamentos hipoglicemiantes associados ao baixo risco de hipoglicemia para evitar quedas.

– Aconselhar as pessoas com diabetes sobre a ingestão de cálcio e vitamina D para garantir que atenda à dose diária recomendada, seja através da dieta ou de meios suplementares.

Leia a recomendação completa da ADA aqui.

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