Marca de Pertença

Manutti – Foto: Divulgação

Manutti – Foto: Divulgação

Seus olhos me dizem que tudo que eu procuro esta em você,

Te encontra me renova e todos sabem que eu sou louco por você,

Mais encontramos pedras no caminho,

Que não deixaram a gente voar, todo o tempo que eu passei sozinho,

Foi motivo pra continuar, essa vontade insaciável,

De te ter aqui, me tira a paz não me deixa dormir

Hoje eu percebi que sem você não da, quero te ter aqui,

Ou em qualquer lugar, se você me liga, largo meu mundo pra traz.

Com você aqui nada me importa mais

Hoje eu percebi que sem você não da, quero te ter aqui,

Ou em qualquer lugar, se você me liga, largo meu mundo pra traz.

Com você aqui nada me importa mais

De repente aquele dia a gente se encontrou,

Tentei agir naturalmente, lembranças não deixou.

Coração já não cabia mais dentro do peito,

Foi quando seu olhar, me silenciou

Hoje eu percebi que sem você não da, quero te ter aqui,

Ou em qualquer lugar, se você me liga, largo meu mundo pra traz.

Com você aqui nada me importa mais.

Hoje eu percebi que sem você não da, quero te ter aqui,

Ou em qualquer lugar, se você me liga, largo meu mundo pra traz.

(Seus Olhos – Manutti)

Manutti – Foto: Divulgação

Manutti – Foto: Divulgação

Manutti é um artista ávido em recolher as mais simples expressões populares, sons que remetem às origens culturais, às produções de saberes locais, valorizando tradições caipiras, regionais, ao mesmo tempo em que busca romper com padrões limitadores da criação. E neste aspecto sua música se insere num contexto único, pois faz parte da cultura de um povo. O povo sertanejo. Esta semana estive conversando pessoalmente com o cantor as margens do Rio Aquidauana e num diálogo franco pude perceber que seus questionamentos engendram o próprio exercício da arte e seu estilo vocal temperado entre Beatles, MPB e Polca Paraguaia, fazem reverenciar a pluridimensionalidade da vida cujas garantias são a fragilidade e a finitude da existência. Este mesmo caminho é observado quando se toca no assunto família. Seus pais, Antônio Humberto e Fátima de Castro, foram decisivos na sua criação. Aliás, seu gosto pela música foi despertado justamente pela mãe quando nas noites de luar de Rio Brilhante/MS, dedilhava “ O menino da Porteira” e “Chico Mineiro”. Seus primeiros acordes já apontavam para o estrelato, ponteando para a viola caipira, caminho já esperado. Destarte, na entrevista supramencionada o cantor admite pela própria especificidade do meio ser inerente ao homem do campo, a propensão a “cantador”, e isso faz com que a música sertaneja seja crepitante de calor humano, e Manutti, sabe muito bem traduzir essa relação.

Sua música faz com que o ouvinte fique à mercê do impacto de sua própria emoção, quando faz releituras de Nando Reis, Zé Ramalho, Paulo Ricardo e Nenhum de Nós. A música “outro gole” remete a ação típica do sertanejo transportada ao universo citadino. Por outro lado, a canção “seus olhos”, de sua autoria (seus olhos me dizem que tudo que eu procuro está em você) retrata a paixão ensandecida, que se inicia numa simples troca de olhar, na beira da estrada. Sem perder em nenhum momento a humildade, Manutti carrega uma bagagem cheia de sonhos e entre uma pausa de tereré e uma moda cantada ele assevera: A glória da vitória não está no contentamento de se erguer o prêmio maior, mas sim, em se reconhecer a luta pelos nossos ideais e conquanto entender, que nenhum obstáculo pode ser maior que a nossa fé. A mesma fé que é fonte criativa das experiências humanas e a que nos leva a convicção e assentimentos intelectuais. Aquela que faz parte da cultura do povo e ultrapassa os limites do concreto, legitima a tradição e registra subjetivamente o sonho de um amanhã melhor.

*Marca de Pertença: Significa que “aquele” tem ou teve e continuará a ter, um cunho especial. Uma marca de pertença que jamais se apaga. E que é boa, porque nos mantém unidos a um pedaço de vida que mesmo eventualmente perdido, continua a ser profundamente regenerador. È a essência do zelo e do amor pelo que te cativou. Também utilizado como identificação de proximidade e de escolha, juntos e um só coração. Frase que faz parte da lida rotineira do homem pantaneiro.

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