Você já sentiu, em algum momento da vida, dores nas costas? Se a resposta for sim – e é bem provável que seja – você faz parte dos 80% da população mundial que já sofreram, sofrem ou futuramente sentirão os incômodos da lombalgia, nome dado às dores que acometem a região lombar (da cintura à nádegas). O dado, constatado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mostra que oito a cada dez pessoas nas mais diferentes faixas etárias podem ter dores nas costas sem uma causa específica ou desencadeadas por enfermidades. Além da lombalgia, a dorsalgia (dor no alto das costas) e a cervicalgia (dor na região do pescoço), também entram na lista.
Além de ser bastante comum, a lombalgia é também, junto à dorsalgia e à cervicalgia, a maior causa de afastamento do trabalho no Brasil. Segundo levantamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), são mais de 83 mil casos de dores incapacitantes nas costas por ano.
![](https://i2.wp.com/campograndenoticias.com.br/wp-content/uploads/2020/03/Lombalgia-772x515.jpg)
Foto: pixabay.com/Divulgação
Causas da lombalgia
Altamente comum, a lombalgia acomete a chamada região baixa das costas, que compreende a parte que começa na cintura e desce até as nádegas. “Embora dolorosa, ela geralmente desaparece sozinha em alguns dias ou semanas, sem a necessidade de um tratamento específico”, explica o Dr. Marcus Yu Bin Pai, médico especialista em dor e acupuntura e colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. “No entanto, alguns quadros são mais severos, e estes é que normalmente acabam incorrendo no afastamento dos trabalhadores de suas funções rotineiras”, ressalta o especialista.
O pico de incidência da lombalgia ocorre entre os 35 e os 55 anos, mas não é exclusividade dessa faixa etária e atinge indivíduos de todas as idades. A maior parte das dores não tem uma causa definida – são as chamadas lombalgias inespecíficas. Caso a dor persista, o médico deve ser procurado para que haja uma investigação sobre o que pode estar causando o incômodo.
A lombalgia pode ser aguda ou crônica. Nos quadros agudos, que costumam acontecer por estiramentos musculares, má postura, muito tempo em pé, entre outros motivos repentinos ou imediatos, a dor costuma ceder no máximo após um mês. Nas lombalgias crônicas a dor tem duração superior a três meses, normalmente, e apresenta-se de forma moderada a intensa. Artrite, artrose, hérnia de disco, osteoporose e sedentarismo estão entre as causas mais comuns, mas não são as únicas.
Na maioria dos casos, o médico consegue diagnosticar a lombalgia dentro do consultório, com avaliação do histórico clínico e da identificação de pontos dolorosos. Diversos métodos de tratamento podem ser eficazes. Os chamados métodos conservadores (que não requerem intervenção cirúrgica) costumam dar bons resultados, e a cirurgia é a última opção.
Exercícios posturais, aplicação de bolsa de água quente, uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, aplicação de correntes elétricas transcutâneas, medicinas alternativas como a acupuntura podem ajudar no combate à lombalgia, entre outras possibilidades de tratamento.
É importante evitar a automedicação ou o uso de receitas caseiras, pois alguns métodos, mesmo sendo considerados naturais, podem piorar o quadro. Por isso, é fundamental consultar um médico para que ele indique o melhor tratamento de acordo com as suas necessidades.