Espetáculos premiados ‘Fio do Meio/Vertigem’ da carioca Cia Gente serão apresentados na Ary Coelho e no SESC Cultura

"Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale Apresentam": “Brasil sem Ponto Final", interpretado pela Cia Gente, escrito e dirigido pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo e coordenado pela Zuza Zapata Arte e Produção

Arte Cia no Rio de Janeiro – Foto: Divulgação

Campo Grande é a primeira cidade da região Centro-Oeste a receber o ato n°2 do projeto “Brasil sem Ponto Final”; trata-se do espetáculo “Fio do Meio/Vertigem”. Em cena “o corpo político que dança”, assinado por Paulo Emílio Azevedo, cujo projeto contempla 11 metrópoles brasileiras. Na capital sul-mato-grossense, as apresentações ocorrem nos dias 6 e 7 de outubro, às 17h, sendo sexta-feira na Praça Ary Coelho e sábado no Sesc. A entrada é gratuita.

“Voltar a Campo Grande tem um gosto especial, pois já estive aí há cerca de 10 anos. Quando fui, estava sozinho, era meu conteúdo, agora tem uma equipe, pode ter mais trocas e eles são muito generosos com o público. Para mim terá continuidade da troca que tive no passado e uma ampliação dessa troca”, afirma o diretor do espetáculo, Paulo Emílio Azevedo.

Haverá na cidade duas apresentações do espetáculo “Vertigem/Fio do Meio” (ato n° 2), mais a realização de uma oficina criativa, que anunciam a chegada de “Brasil sem Ponto Final” (BR,) no Estado de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.

Interpretado pela Cia Gente, do Rio de Janeiro, o espetáculo é desenvolvido em dois atos, iniciando com “Fio do Meio” – vencedor do prêmio Funarte de Circulação em Dança -, seguido de “Vertigem” que, este ano, representou o país no Festival D’avignon, na França. Unidos, eles formam o 2° ato do projeto “Brasil sem Ponto Final”, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução.

Arte Cia no Rio de Janeiro – Foto: Divulgação

Em “Fio do Meio”, o criador toma como célula o movimento do esbarrão. A partir dele, observa e provoca uma via de mão dupla: a capacidade de mover corpos e, desse mover abrir espaços de conversação. Dando sequência a proposição de ativar a rua como espaço criativo, sua arquitetura e seu diálogo com as pessoas, “Fio do Meio” extrapola a noção de margem e reconfigura outras relações de geocorporeidade; reterritorializando os usos da cidade, os arteiros produzem repetições oriundas de gestos do urbano para difundir catatonias e narrativas que pleiteiam a visibilidade de tantos outros corpos; tantas das vezes negados, miopizados e varridos.

Já em “Vertigem”, adota-se um diálogo intenso e ininterrupto mediado pelos corpos dos intérpretes, cuja proposta expõe a borda, o ruído (também o silêncio), a corda bamba, a respiração ofegante e a embriaguez do gesto. Desnudado e cru, “Vertigem” persegue uma “labirintite cênica”, sendo o movimento dessa vez guiado por uma atmosfera que não almeja o controle; ao contrário, despreza-o e o desloca em busca do risco, daquilo que ainda não tem nome; mas que por tal recebe, gentilmente, o significado de “política”. Em cena, um “corpo político que dança”, conceito criado e desenvolvido por Paulo, desde a década de 90.

“Este é um espetáculo que acontece no cimento, não é num palco de teatro. E em Campo Grande ainda serão duas apresentações em locais diferentes, na praça Ary Coelho e no SESC Cultura. A praça, inclusive, foi escolhida por ter um coreto, então caso chova, a apresentação será lá embaixo”, revela Paulo.

Seja em “Fio do Meio” ou em “Vertigem”, a proposta é executada pela excelência dos intérpretes Pedro Brum, Zulu Gregório e Salasar Junior, com impecável assistência de Paula Lopes e competentes ações na direção técnica de Filipe Itagiba e na produção de Flávia Menezes. No ato n°2, vale situar que a arte elabora distintos ecossistemas corporais, surgindo como fresta, a fim de que passem outras luzes com o intuito de se enxergar o que há do outro lado dos muros; e, sobre os muros, tombá-los.

Além das sessões do espetáculo, o projeto traz ainda uma preocupação pedagógica na troca de experiências e culturas com o público local. Por conta disso, está prevista a realização da oficina “Corpo-Memória”, ministrada pelo professor Pedro Brum. O conteúdo da mesma, bem como mais informações sobre o professor se encontram junto ao “Serviço”.

Espetáculo ‘Fio do Meio’ – Foto: Divulgação

Sobre o diretor Paulo Emílio Azevedo

Professor, Pós-Doutor em Políticas Sociais e Doutor em Ciências Sociais com especialização em Antropologia do Corpo e Cartografia da Palavra. Criador no campo das artes cênicas, dramaturgo, escritor e consultor na área de Educação e Cultura, cuja pesquisa tem por objetivo refletir sobre outras formas de comunicação aos diversos protagonismos e redes de sociabilidade na sociedade contemporânea. Seu trabalho aparece bem ilustrado pelo processo criativo, conceitual e de gestão; onde tal experiência destaca a capacidade de unir teoria e prática como lugares de conversação, cabendo sublinhar as ações que se desdobram no espaço urbano, na capacitação de estudantes e educadores, na formação de intérpretes/performers/atores e nos trabalhos realizados diretamente com o público juvenil. Recebeu diversos prêmios, entre eles “FOCA” através da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro (2011); “Prêmio Funarj de Dança” (2021); “Rumos Educação, Cultura e Arte” (2008/10) através do Instituto Itaú Cultural. Participou como coreógrafo convidado no Festival D’Avignon (2023), bem como palestrante na FLIP Paraty/RJ (2017). Em seguida, integrou o grupo de escritores na Printemps Littéraire Brésilien/Paris Sorbonne Université e, em 2018 representou o país na Journée d’Etudes Cultures, arts et littératures périphériques dans les Amériques: une approche transnationale de la production, la circulation et la r éception em Lyon (França). Quatro conceitos atravessam sua metodologia de trabalho, aquilo que ele denominou de 4D: desequilíbrio, desobediência, desconstrução e deformação. Fundador da Cia Gente (2012) e mentor da Fundação PAZ, plataforma virtual responsável por preservar, difundir e registrar sua propriedade intelectual. Tem vinte e um livros publicados.

Saiba mais em @cia.gente ou pelo site https://fundacaopaz.com.

 Sobre a oficina “Corpo Memória”

Gênero/característica principal:

A oficina, de curta duração, propõe, por meio das representações do gesto, da palavra e do movimento, o uso do corpo e da voz como estratégias narrativas, tendo como protagonismo as respectivas biografias dos participantes. Para isso se utiliza da descrição textual, imagética, das atmosferas rítmicas, das cores, dos afetos e, sobretudo, das aberturas que podem ser suscitadas das experiências interpessoais. Experiências costuradas pela presença de um corpo político, um corpo criança, um corpo gente.

Abrangência: comporta um número máximo de 30 alunos, podendo ser realizado em espaços tradicionais (como salas, estúdios), também palcos e ou espaços abertos.

Espetáculo ‘Fio do Meio’ – Foto: Divulgação

 Sobre o professor Pedro Brum

Cria de Duque de Caxias (RJ) e atualmente morador de Belo Horizonte – MG, Pedrin Brum vem se destacando na cena Breaking do RJ e MG acumulando conquistas e participações como:  Jurado do campeonato internacional “Breaking de Verão” 2022, campeão da batalha “Game Over” 2×2, campeão da batalha “Under Battle” 1×1, 2º lugar no “Vamo Festival”, entre outras participações como no mini documentário “In Braza” da Redbull Brasil e do mini doc “ STREET OFF” do Bboy lilou. Pedrin também é intérprete-criador da “Cia Gente” o qual vem desenvolvendo espetáculos e onde teve apresentações em Paris e Tremblay-en-France

(França) em 2022.

  • Saiba +

Depois de haver passado o ato n°1 pela região sul do País (Curitiba/PR e Porto Alegre/RS), o ato n°2 pela região norte (Belém/PA e Manaus/AM), o projeto, agora, povoa parte de centro-oeste em Campo Grande/MS. Ainda em outubro toma estrada o BR, para o nordeste brasileiro nas cidades de São Luís/MA e João Pessoa/PB. Por fim, ocuparão Brasília (Centro-Oeste), além de Vitória, Belo Horizonte e Rio de Janeiro (Sudeste), quando na ocasião haverá a culminância do projeto na cidade sede da Companhia.

Cidade: Campo Grande/MS

Ações: espetáculo “Vertigem/Fio do Meio” – ato n°2 e Oficina “Corpo-Memória”

Apresentação do espetáculo

Duração: 50min

Espetáculo de dança chega a Campo Grande nesta semana – Foto: Divulgação

Serviço:

Dia 06/10 (Sexta-feira)

Espetáculo: “Vertigem/Fio do Meio” – ato n°2

Local: Praça Ary Coelho – Rua 14 de Julho – Centro – Campo Grande/MS

Horário: 17h

Gratuito

Dia 07/10 (Sábado)

Espetáculo: “Vertigem/Fio do Meio” – ato n°2

Local: SESC Cultura – Av. Afonso Pena 3469 – Centro – Campo Grande/MS

Horário: 17h

Lotação: conforme regras do recinto

Duração: 70 minutos

*na apresentação de sábado haverá duas ações além do espetáculo: antes da sessão, um resultado expositivo dos alunos da oficina “Corpo-memória” e após a mesma, um bate-papo com o diretor e intérpretes sobre o processo e história da companhia.

Espetáculos serão apresentados nos dias 6 e 7 de outubro – Foto: Divulgação

Oficina Corpo e Memória

Dia 07/10 (sábado)

Local: Espaço de Dança Selma Azambuja Rua Jeriba 866 – Chácara Cachoeira – Campo Grande/MS

Classificação: 18 anos.

Horário: 9 às 13h

Lotação: 30

Ingresso: gratuito

Duração: 240 minutos

Inscrições: Link na bio @cia.gente

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