Escritor e jornalista Mário Castro (La Paz, Bolívia) em sua segunda coletânea de entrevistas

O escritor, radialista e Jornalista de ilibada reputação Mário Castro, de La Paz (Bolívia) lançou em meados de dezembro de 2015 sua segunda coletânea de entrevistas, intitulada “Lo que el viento no se llevó – Volumen 2”, e desde então se encontra divulgando pelas principais capitais da Bolívia seu mais recente livro. (Ver link http://www.paginasiete.bo/carla-comenta/2015/12/26/nueva-publicacion-mario-castro-81442.html)

Durante décadas, produziu e apresentou um programa dominical de entrevistas e análises de elevado nível, tendo entrevistado ao vivo, por horas a fio, personalidades das artes, cultura, ciências, política e economia do mundo inteiro — das quais destaco o saudoso Eduardo Galeano, em visita à Bolívia –, e que, rigorosamente arquivado em áudio, compilou e editou, reunindo assim centenas de notáveis participantes de seu programa ao longo de diferentes momentos da história da Bolívia, da América Latina e do Planeta.

Trata-se de uma respeitável referência no meio jornalístico latino-americano, cujas análises políticas são publicadas em vários diários, entre os quais o “Página 7”, de La Paz. Detentor de uma cultura invejável e uma voz privilegiada, o Jornalista Mario Castro, ao lado do saudoso Amigo e Jornalista Lorenzo Carri, dirigiu a “Radio Cristal FM” com uma programação de elevada qualidade. Nessa época ainda existia o influente diário católico “Presencia”, fundado e dirigido pelo Jornalista Huáscar Kajías Kauffman, do qual Lorenzo Carri foi editor de esportes e inaugurou um estilo “infográfico” somente adotado quarenta anos depois pela imprensa mundial.

Pois, junto desse emblemático diário, a Radio Cristal FM contribuiu efetivamente a abrir os horizontes da cidadania boliviana e dar visibilidade a talentos então pouco conhecidos pela opinião pública, como o à época jovem e desconhecido filho do casal de historiadores José de Mesa e Teresa Gisbert, Carlos Mesa, que mais tarde seria um respeitado analista político e líder de um grupo de jornalistas que seriam a vanguarda por um tempo, mas que ao chegar ao mais alto cargo do país lamentavelmente foi uma decepção por ter seguido a onda neoliberal que hegemonizava a América Latina.

Tive o privilégio de conhecer, em 1984, baluartes do Jornalismo da Bolívia, entre eles o Jornalista Mario Castro, responsável pela projeção de uma nova geração de notáveis, como a Jornalista Amalia Pando, além do saudoso Jornalista Lorenzo Carri, do há pouco falecido Jornalista Pedro Glassinovic e de emblemáticos intelectuais como Pedro Susz, Néstor Taboada Terán, Andrés Soliz Rada, Roberto Arnez, Juan Cano e Germán Melgar. Pessoas da maior dignidade, honradez, generosidade e cosmopolitismo. Desde então, e graças a cidadãos com esta visão de mundo, me foi possível compreender a Bolívia e, sobretudo, a altivez do multicultural e invejável Povo Boliviano (com letras maiúsculas).

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