E-commerce registra crescimento de 3,4% em julho

Setor de Casa e Imóveis e impacto do Prime Day impulsionam resultados positivos, com destaque para a alta da Amazon

Ao contrário do ano passado, quando o turismo se destacou como principal expansão de julho, muitos brasileiros aproveitaram o mês de férias de 2023 para fazer mudanças pontuais em casa. De acordo com o Relatório Setores do E-Commerce, da Conversion, o segmento que mais cresceu em tráfego no período foi o de Casa e Móveis (8%), seguido pelo de marketplaces (6,3%), que também contempla muitos produtos domésticos.

Acessos via web aumentaram em 4,2%, sobretudo, no setor de Casa e Móveis (iStock)

Outro destaque para o mês de julho, foi o evento Amazon Prime Day, que impulsionou o aumento no volume de buscas por bens consumíveis, produtos de limpeza, eletrônicos e dispositivos para casas inteligentes, impactando positivamente os acessos ao site da empresa e o seu faturamento nesse período.

Esses desempenhos ajudaram o comércio eletrônico brasileiro como um todo a voltar a crescer em tráfego. Depois da retração de junho, ele viu o número de visitas únicas subir 3,4% no mês passado, alcançando 2,53 bilhões de acessos – o segundo melhor resultado do ano, atrás apenas dos dados de janeiro.

É o mesmo patamar alcançado pelo principal setor do relatório: o de marketplacesque bateu a marca de 1,1 bilhão de visitas únicas – desempenho que só fica atrás do registrado no primeiro mês do ano.

A alta também se deve à melhora nas visitas via web, de 4%, apesar dos acessos via aplicativos de smartphone terem se mantido estáveis (0,4%). Em 2023, o tráfego em navegadores tradicionais têm sido o aspecto positivo do e-commerce, com altas acumuladas sucessivamente.

Para Diego Ivo, CEO da Conversion, um fator externo também ajuda a entender os números: os sinais de melhora da economia do país. “A sensação geral é que aos poucos as pessoas irão retomar o padrão de consumo no segundo semestre. Além disso, tivemos eventos promocionais muito importantes, como o Prime Day, que ocorreu em meados de julho”, diz ele.

Ivo também reforça, como tem feito, a questão da sazonalidade, com datas relevantes para o varejo de maio em diante: em julho, além das férias, muitas pessoas também começam a procurar presentes para o Dia dos Pais. No segundo semestre, o próximo grande evento é a Black Friday, em novembro.

Muita gente pegou o dinheiro das férias e aproveitou para fazer pequenas reformas na casa, como os nossos dados mostram, mas está nesses números também quem já está pesquisando preços para a Black Friday”, lembra Ivo.

Na contramão dos desempenhos positivos, setores como Presentes e Flores (-12%), Ferramentas e Acessórios (-7%) e Pet (-6%) perderam tráfego no período.

AMAZON BRASIL ARRANCA COM PRIME DAY

Sempre que o índice geral sobe, as marcas surfam no desempenho positivo. Em julho, a alta que mais chama atenção é a da Amazon Brasil, que foi de cerca de 178 milhões de visitas em junho para 229 milhões no mês seguinte – aumento significativo de 28% no tráfego.

Esse aumento não ocorreu por acaso; ele está diretamente relacionado ao sucesso do evento exclusivo da Amazon para clientes “prime”, o Prime Day. De acordo com a própria empresa, a esperada promoção registrou aumento de 50% nas vendas em comparação ao ano anterior, gerando aumento significativo no aumento do tráfego do site.

Embora com crescimento mais discreto, a concorrência também apresentou crescimento em julho. A líder da lista, Mercado Livre, teve alta de 3%, chegando a 332 milhões de acessos. A Shopee, terceira colocada, subiu 8%. Outra presença nova entre as cinco primeiras posições é a da plataforma de produtos variados OLX, que bateu a marca dos 116 milhões de visitas e se consolidou na quinta posição.

Fonte: Conversion/2023

Com isso, as asiáticas perderam força entre as marcas mais acessadas do e-commerce brasileiro, embora ainda se mantenham relevantes: se em maio, quatro das dez marcas mais visitadas pelos consumidores do país eram da Ásia (Shopee, Shein, AliExpress e Samsung), hoje esse número é de três (Shopee, Shein e AliExpress).

Vale lembrar que apenas uma delas – a Shopee – está no patamar acima dos 100 milhões de acessos.

AMAZON SEGURA POSIÇÃO

Dados como esse reforçam a relevância do conceito de Share of Search, que mensura o volume de buscas que uma marca reúne nos mecanismos (SERP) dentre todas as buscas registradas no segmento em que ela atua.

Nele, ao contrário do tráfego, é possível ver quais marcas são mais procuradas nominalmente pelos usuários – em uma concorrência sem as asiáticas. O topo da lista permanece há meses com a Amazon Brasil, que somou 57% de todas as buscas feitas em seu segmento, o de Importados.

Ela é seguida de longe pela Petz (39%), de produtos para animais de estimação, e por três lideranças setoriais: Loja do Mecânico (31%) e Mercado Livre (30%).

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