De construção civil à energia elétrica: especialistas demonstram potencialidades da eucaliptocultura

Foto: Divulgação

Apresentar o cenário do mercado florestal em Mato Grosso do Sul e discutir alternativas para escoamento do eucalipto. Com este objetivo foi realizado, nesta quinta-feira (1º), o Dia de Mercado da Silvicultura, promovido pela CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, em parceria com o Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária do Brasil e com o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

A produção de eucalipto em Mato Grosso do Sul está estimada em um milhão de hectares. O levantamento realizado mensalmente no Estado, desde 2012 pela CNA, apontou uma divergência que acompanha a maioria das cadeias produtivas brasileiras: enquanto que, em pouco mais de quatro anos, a área plantada dobrou, passando de 500 mil para 1 milhão de hectares, o preço da madeira vendida diminuiu de R$ 50 para R$ 40 o metro cúbico.

A conclusão, observada pela equipe que acompanhou o estudo, foi que o valor de comercialização da matéria-prima não acompanhou o aumento nos custos de produção e dos insumos necessários na atividade.

O presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, pontuou o comprometimento da federação, no sentido de oferecer informações e capacitação profissional aos produtores rurais do estado. “Entendemos que o setor de florestas plantadas é uma ótima opção de atividade rural e os palestrantes convidados apresentaram opções que podem incrementar a economia local. Atentos a esta oportunidade, o Senar/MS colocou em funcionamento 15 novos cursos, voltados especificamente ao setor florestal e que atenderam as demandas já existentes, além de preparar mão de obra qualificada”.

Cenário local e as possibilidades – O presidente da Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA, Walter Rezende, destacou que Mato Grosso do Sul é referência nacional em florestas plantadas, mas, enfrenta os mesmos gargalos que outras regiões brasileiras. “Temos um excedente de florestas plantadas que podem gerar novas oportunidades para o setor como a geração de energia a partir da biomassa do eucalipto. Para se ter uma ideia, temos matéria-prima suficiente para gerar energia no mesmo patamar da 5ª maior hidrelétrica nacional”, esclarece.

A assessora técnica da CNA, Camila Braga, explica que as informações apresentadas pelo Dia de Mercado da Silvicultura demonstraram aos participantes que é possível continuar na atividade com alternativas produtivas estabelecidas ou em fase de estruturação. “Convidamos especialistas para falar sobre o estabelecimento do mercado de construção civil na Argentina, o mercado nacional e regional de florestas e energia produzida a partir de biomassa. Com bases nestas informações, os produtores poderão planejar o desenvolvimento do setor para os próximos anos e investir em oportunidades lucrativas para toda cadeia produtiva.

Depois das apresentações, o público esclareceu dúvidas por intermédio de uma mesa redonda realizada com os palestrantes. Participaram do evento, o diretor tesoureiro do Sistema Famasul, Luís Alberto Novaes Moraes, os diretores dos sindicatos rurais de Bonito, Marcelo Bertoni e Ponta Porã, Jean Pierre, e a diretoria da Reflore/MS.

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