Cranioestenose: deformidade progressiva na cabeça do bebê

A deformidade atinge uma a cada 2 mil crianças

Tanto quanto o choro, o umbigo e a amamentação, outra grande preocupação dos pais com o seu bebê é o cuidado com a cabeça. Ao nascer, o osso da cabeça do bebê está separado por linhas, chamadas de suturas e duas aberturas no alto, a fontanela anterior e a posterior, conhecidas como moleiras.

Uma em cada 2 mil crianças são diagnosticadas com cranioestenose em todo o mundo. Esta é uma deformidade progressiva da cabeça do bebê que se dá pelo fechamento precoce de uma ou mais suturas cranianas – articulações fibrosas que estabelecem ligações entre os ossos desta região. Suas causas podem estar associadas a fatores genéticos e às condições da gestação.

O crânio humano não é constituído por uma peça óssea única, mas por vários ossos que apresentam contato entre si, como as placas tectônicas sobre a superfície terrestre. O local de contato entre duas placas ósseas no crânio é chamada de sutura, e é nestas regiões que acontece a expansão óssea que resulta no crescimento do crânio. Portanto, as suturas devem estar patentes durante a fase de crescimento do crânio da criança, que tem seu período mais acelerado até o segundo ano de vida. A fusão precoce de uma sutura impede o crescimento harmônico do crânio em um sentido específico, resultando na alteração de formato típica das cranioestenoses.

As principais suturas cranianas são: sutura sagital, entre os dois ossos parietais; sutura coronal, entre o osso frontal e os dois parietais; sutura lambdoide, entre o osso occipital e os dois parietais e sutura metópica, entre as duas metades do osso frontal. A depender da sutura fundida, o crânio assumirá um formato alterado diferente.

“Assim como para a maioria das doenças, a descoberta precoce pode determinar a ausência de sequelas neurológicas e ainda impactar na qualidade de vida da criança acometida. “O diagnóstico da cranioestenose é feito logo após o nascimento, nos primeiros meses de vida”, explica a neuropediatra Dra. Maria José Martins Maldonado.

Ela ainda explica que o diagnóstico é feito pelo exame físico da cabeça do bebê, complementado com o exame radiológico e avaliação por neuroimagem. Estes exames permitem a constatação da sutura fechada e das possíveis malformações dos ossos da face e/ou do sistema nervoso que possam ter.

É mais comum no menino e estima-se que ocorra um caso de cranioestenose para cada 2.000 crianças nascidas. A doença é congênita, iniciando-se na fase de embrião. Pode ser de causa hereditária, intra-uterina ou infecciosa. Também pelo uso de certos medicamentos durante a gravidez, como alguns anticonvulsivantes.

Deve ser tratada antes do 8º mês de vida, mas é importante que o diagnóstico seja firmado até o 2º mês, para permitir um acompanhamento neurológico mais aprofundado. O tratamento é cirúrgico: são criados espaços ou suturas no osso do crânio, com resultados satisfatórios.

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