Ciclo de alta com os dias contados, prevê especialista em Circuito Pecuário Famasul

O presidente da Famasul, Mauricio Saito, fala sobre o potencial pecuário de MS no Circuito Pecuário Famasul – Foto: Divulgação

O presidente da Famasul, Mauricio Saito, fala sobre o potencial pecuário de MS no Circuito Pecuário Famasul – Foto: Divulgação

A fase de alta do ciclo pecuário não deverá se estender para muito além de 2016, portanto o momento é do criador realizar lucro e fazer o planejamento para a baixa que aparece no horizonte. O conselho é do diretor presidente da Scot Consultoria, Alcides de Moura Torres, na palestra “Perspectivas do Mercado Pecuário”, durante o 1º Circuito Pecuário Famasul, realizado na noite desta sexta-feira (06), na sede da Acricam – Associação de Criadores de Camapuã/MS.

Para a plateia atenta que lotou o tatersal da associação, formada por produtores e lideranças rurais – dentre eles 14 presidentes ou representantes de sindicatos rurais do Estado – Torres indicou que a tendência dos preços é o declínio a partir de 2017, tanto para o bezerro quanto para o boi gordo. “O preço do bezerro não bateu no teto; ele já está no telhado”, avaliou enfatizando que o Estado é referência em preço para todo o Brasil e registrou venda de bezerro a R$ 1,5 mil neste ciclo de alta, maior cotação real da década, sendo que em 2011 o teto máximo ficou em R$ 715.

“Será que o bezerro sobe mais? Já entrou num ponto de resistência, então porque vou perder chance de realizar lucro agora?”, provocou. Segundo o especialista, em 2015 o produtor conseguiu zerar os custos de produção acumulados desde 1994. “Isso nunca aconteceu. O momento é maravilhoso e talvez ele (produtor) não perceba. Alguém tem que dizer isso pra ele”, brincou. Apesar de projetar o fim deste ciclo de alta – o terceiro desde o início do Plano Real  – Torres é comedido nas projeções. “O futuro é uma quimera”.

No discurso de abertura do Circuito, o presidente da Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mauricio Saito, destacou o trabalho das três Embrapas e da Fundação Chapadão e Fundação MS na produção de novas tecnologias voltadas para as necessidades dos produtores da região. “O Estado tem registrado aumento de produção pecuária em índices superiores à redução de 15% do rebanho nos últimos anos” analisou. Saito foi aplaudido ao mencionar o decreto do Governo do Estado publicado nesta sexta-feira que vai avaliar o projeto Novilho Precoce, uma das referências da carne produzida no Estado. “A Famasul faz parte do grupo de trabalho que tem o papel de reestruturar esse projeto”, completou.

“A cada dia que passa o conhecimento se torna um insumo de maior importância”, destacou o Secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas. O secretário emendou que a informação se soma aos valores de produção destacados no passado. “Hoje temos terra, capital, trabalho e conhecimento”, afirmou, valorizado eventos como o circuito para disseminar informação entre os produtores. Em sua fala, o chefe da Embrapa, Cleber Oliveira, lembrou que 100% do bife consumido no Brasil tem alguma tecnologia da Embrapa.

O evento teve a presença do presidente da Abiec – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, Antonio Jorge Camardelli, que anunciou a transferência temporária do escritório da entidade para a sede da Famasul. Antes da palestra principal, os presentes assistiram a apresentação do Projeto ABC Cerrado, baseado nos princípios da agricultura de baixa emissão de carbono.

O circuito contou com a presença de lideranças como o presidente da Funar, Ruy Fachini; presidente do MNP Jovem, Rafael Gratão; vice-presidente da Famasul, Nilton Pickler; diretores da entidade, Luis Alberto Moraes Novaes; Terezinha Cândido e Lucas Galvan; superintendente do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Rogério Beretta.

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