Celso Amorim abre o Fórum Brasil-África com debate sobre a área de livre comércio no continente africano

O ex-ministro de Relações Exteriores e assessor especial do presidente Lula, Celso Amorim, está confirmado na palestra de abertura da 11ª. Edição do Fórum Brasil África, que acontece nos próximos dias 31 de outubro e 1º de novembro em São Paulo.

Promovida pelo Instituto África Brasil, entidade presidida por João Bosco Monte, doutor em educação pela Universidade Federal do Ceará e um dos maiores especialistas do País no tema, o fórum discutirá na abertura “Oportunidades para a África e o Mundo” (veja programação no link: https://forumbrazilafrica.com/pt/programacao).

Celso Amorim, ex-ministro de Relações Exteriores – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Área de Livre Comércio Continental Africana, em fase de implementação, será a maior área de livre comércio regional, tanto em número de Estados-membros quanto em tamanho da população, totalizando mais de 1,3 bilhão de pessoas, com um PIB coletivo projetado de aproximadamente US$ 7 trilhões até 2035”, afirma Monte. Ele lembra que a África tem grandes oportunidades de negócios para o Brasil, que busca retomar, no governo Lula, um protagonismo perdido nos últimos quatro anos, durante a presidência da Jair Bolsonaro.

Há grandes oportunidades comerciais e diversas parcerias possíveis para o Brasil no continente africano e muito desconhecimento e até preconceito com aquela região”, diz Monte. “O Brasil perdeu espaço nos últimos anos para China, Índia, Rússia e Turquia e países europeus no continente africano, mas estou otimista de que haverá uma retomada nos próximos anos. O presidente Lula já deu sinais nesse sentido em recente viagem à África”, afirma Monte.

O fórum já tem inúmeras autoridades do governo brasileiro e do continente africano confirmadas. Entre os nomes, estão o chanceler Mauro Vieira, Celso Amorim, o presidente da Apex Brasil, Jorge Vianna, e o presidente do Afreximbank, Benedict Oramah, entre inúmeras autoridades. O presidente Lula é um dos convidados e pode comparecer. “O objetivo principal do fórum é a troca de experiências entre os países e a busca de boas iniciativas, parcerias e oportunidades de negócios e comércio em várias áreas”, diz Monte.

Conforme levantamento mais recente do Instituto Brasil África, o continente africano é o segundo mais populoso, com a maior taxa de crescimento populacional, o que indica o potencial do mercado consumidor da região, que deverá ter quase 2,5 bilhões de habitantes em 2050, representando um quarto da população mundial. Além disso, tem a população mais jovem do mundo.

O African Export-Import Bank (Afreximbank) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetam crescimento de 3,5% do continente africano em 2023, com o apoio dos preços das commodities, pela recuperação econômica pós-covid e pelo dinamismo das economias emagrentes locais. O continente africano é alvo de investimento externo direto (IED), tendo alcançado taxa recorde em 2021 de US$ 84 bilhões.

“A África é um mercado atraente e cada vez mais competitivo, uma oportunidade viável para o processo de internacionalização para firmas brasileiras, e para dinamização das exportações”, destaca Monte.

De acordo com relatório lançado pela Apex Brasil, os principais destinos das exportações para a África foram, em 2022, Egito (22,3%), Argélia (15,1%), África do Sul (13,5%), Marrocos (8,4%) e Nigéria (6,9%), os quais foram responsáveis por quase dois terços do valor exportado. No mesmo ano, as vendas brasileiras de trigo para a África tiveram aumento de 2.602%, em relação a 2021. Esse crescimento repentino possivelmente em decorrência das repercussões da eclosão do conflito entre Rússia e Ucrânia, que abalou o mercado internacional de alimentos.

No evento de abertura, estarão presentes no painel de abertura Ngozi Okonjo-Iweala e Yonov Fred Agah, respectivametne diretor-geral e chefe negociador da Nigerian Office of Trade Negotiations; Sergio Gusmão Suchodolski, sênior fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais; Nicolas Kazadi, ministro das Finanças da República Democrática do Congo (RDC); e Martin Mbeng, embaixador da República do Cameroun em Brasília e decano dos embaixadores africanos no Brasil.

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