Além dos Créditos: projetos do mercado de carbono monitoram e protegem fauna das florestas

Conservação das áreas contempladas pelas iniciativas do setor garante sobrevivência de diferentes espécies de mamíferos, aves, anfíbios e répteis

Fotos: Divulgação

O alcance de um projeto do mercado de carbono vai muito além dos créditos para os proprietários das terras que optam por manter a floresta em pé em troca de remuneração. É, sim, uma oportunidade de renda extra para produtores, “apenas” com a decisão de manter a área intacta. Mas é, também, uma iniciativa que beneficia comunidades locais e garante a preservação de diferentes espécies de plantas e animais.

No caso da climate tech brCarbon, por exemplo, todos os projetos da empresa contam com o selo CCB, que engloba ações de Clima, Comunidade e Biodiversidade. “Essa é uma escolha da brCarbon. A VERRA, principal instituição para registro dos créditos de carbono no mercado voluntário, não exige o selo CCB. Mas entendemos que esta é uma forma de gerarmos benefícios adicionais para a sociedade e promover ainda mais impactos positivos com o mercado de carbono“, destaca o CEO da brCarbon, Bruno Matta.

Hoje, a climate tech monitora 780 espécies, sendo 546 de aves, 104 de anfíbios, 68 de répteis, e 62 de mamíferos. Destas, 321 são endêmicas, ou seja, só existem na região, e cinco são espécies ameaçadas de extinção. “Trabalhamos com o método de busca ativa e com armadilhas fotográficas. Entramos na mata para fazer os registros, que pode ser visual ao nos depararmos diretamente com o animal, por fotos ou vídeos capturados pelas armadilhas ou até mesmo por som. Aves e anfíbios, por exemplo, são grupos de animais que possuem uma vocalização muito complexa e específica, ou seja, é possível identificar uma espécie apenas pelo canto. Vestígios, como pegadas e fezes, também valem como registro da presença do animal“, explica a bióloga Bruna Pereira de Azevedo, coordenadora de biodiversidade da brCarbon.

Equipe da brCarbon trabalha com o método de busca ativa e com armadilhas fotográficas – Fotos: Divulgação

Os levantamentos englobam quatro grupos de vertebrados (aves, mamíferos, anfíbios e rápteis) e são realizados em duas estações: um levantamento no período de seca e outro no período de chuvas, devido à sazonalidade das espécies. O monitoramento ocorre nas áreas de projeto de carbono da brCarbon localizadas no Acre, Amazonas, Pará e Mato Grosso e já garantiu o registro de espécies até então desconhecidas nestas regiões, como o sapo-da-serrapilheira Rhinella exostosica, que teve seu primeiro registro de ocorrência no Acre. Os documentos oficiais para registrar as descobertas aguardam publicação nos meios especializados. A brCarbon também estruturou recentemente um grupo de estudos para produzir artigos científicos com dados dos monitoramentos já realizados. A medida ganha importância por tratar-se de áreas privadas dentro das florestas, que não seriam objeto de estudo se não fosse a presença da brCarbon.

O trabalho de identificação da fauna nas áreas de atuação da climate tech hoje é liderado por pela bióloga Bruna com uma equipe de três consultores, sendo dois biólogos e um engenheiro florestal. A empresa acabou de contratar um parabotânico, profissional especializado no processo de identificação de espécies arbóreas, para dar início a um trabalho de monitoramento também da flora. “O Brasil, infelizmente, vive um contexto de desmatamento e degradação. E grande parte dos animais são extremamente dependentes da floresta. A partir do momento que preservamos seus habitats naturais com os projetos do mercado de carbono, garantimos a sobrevivência de centenas de espécies“, acrescenta Bruna.

Algumas espécies estão ameaçadas de extinção – Foto: Divulgação

Hoje, a climate tech monitora 780 espécies, sendo 546 de aves, 104 de anfíbios, 68 de répteis, e 62 de mamíferos. Destas, 321 são endêmicas, ou seja, só existem na região, e cinco são espécies ameaçadas de extinção.

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