As novas tarifas americanas contra produtos de diversas economias mundiais entraram em vigor à 0h de Washington (2h de Brasília) desta quinta-feira (7), delineando a nova ordem comercial defendida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Tarifas para a UE são de 15%; para a Síria, de 41% | Ansaflash
“Bilhões de dólares, em grande parte de países que tiraram vantagem dos EUA por muitos anos, começarão a fluir para a América”, declarou Trump no Truth poucos minutos antes de o tarifaço entrar em vigor.
Para as economias afetadas, a medida substitui os 10% aplicados em abril a quase todos os produtos que entram em território americano. Segundo o republicano, o objetivo é reequilibrar o comércio entre Washington e seus parceiros, que, segundo ele, “se beneficiam” da principal potência econômica do planeta.
As tarifas em vigor a partir de hoje variam de 15% a 41%.
Para União Europeia, Japão e Coreia do Sul, que estão entre os principais parceiros comerciais dos EUA, o valor é 15%. Já Suíça, Mianmar e Laos, além da Síria, ficaram com as taxas mais altas, de 39%, 40% e 41% respectivamente.
Após muita negociação, a UE celebrou o acordo com o governo Trump.
“Estamos muito satisfeitos com o nosso resultado: até algumas semanas atrás, falava-se da possibilidade de tarifas de 30%, mas agora conseguimos estabilizar e proteger as cadeias de suprimentos transatlânticas, em benefício da nossa indústria e dos nossos consumidores”, disse um porta-voz do bloco.
No caso do Brasil, o tarifaço americano de 50% – o mais alto do mundo – entrou em vigor na última quarta-feira (6). A medida afeta 35% das exportações para os EUA, atingindo itens de peso no agronegócio, como café, carne bovina e pescados.
Por outro lado, as tarifas excluem cerca de 700 produtos nacionais, como suco de laranja e aviões. Para estes produtos, as taxas são de 10%.
Diante do pouco espaço para negociações com o governo Trump, o Brasil deu os primeiros passos para recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) ainda na quarta.
Uma iniciativa da qual o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não espera resultados concretos, mas considera como um sinal de alto valor simbólico.