A Guarda Costeira e a Marinha da Itália conseguiram recuperar no Mar Mediterrâneo, em junho deste ano, os corpos de aproximadamente 217 imigrantes que morreram durante um naufrágio ocorrido em abril de 2015. O barco em que estavam naufragou antes de chegar ao litoral italiano.
De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, e embarcação estava transportando cerca de 700 imigrantes de diversas nacionalidades, e naufragou em decorrência do excesso de pessoas a bordo.
As autoridades italianas disseram que o naufrágio ocorreu nas proximidades da Sicília, tendo embarcação sido localizada a 370 metros de profundidade. Foi feita uma megaoperação de resgate com o objetivo de dar as vítimas um sepultamento digno.
Participaram do resgate bombeiros, militares e mergulhadores italianos. Alguns disseram que ao se aproximarem do barco encontraram dezenas de cadáveres em decomposição, os quais foram resgatados e levados a um local ignorado. A maioria dos corpos são de mulheres e crianças.
A informação do resgate somente foi divulgada nesta quinta-feira (07/07) porque as autoridades precisavam de tempo para realizar em segurança a operação de resgate, e para não atrair a atenção de curiosas e da imprensa, que poderiam atrapalhar.
As autoridades agora tentarão identificar o maior número possível de vítimas através de exames genéticos (DNA). Imigrantes que estão na Itália poderão ajudar fornecendo material genético.
O porta-voz dos bombeiros, Luca Cari, disse em entrevista coletiva concedida à imprensa, que os trabalhos de resgate prosseguem no Mar Mediterrâneo:
“Estamos trabalhando sem parar, até recuperar o último corpo“, afirmou Luca Cari.
Duas entradas foram feitas nas paredes laterais do barco, com o objetivo de facilitar o acesso ao porão, onde viajavam a maioria dos imigrantes, quase todos africanos.
Bombeiros e mergulhadores estão se revezando sem parar, em turnos de 30 minutos, com o objetivo de retirar o maior número de corpos possíveis. Eles utilizam trajes especiais e cilindros de oxigênio.
“Trata-se de uma intervenção especial tanto do ponto de vista técnico como do emocional. O ser humano não está preparado para esse horror“, concluiu Luca Cari.
Uma equipe de legistas também está na região, com o objetivo de tentar identificar as vítimas. Algumas delas estão com documentos, o que facilita a identificação.
A operação de resgate está sendo financiada pela própria Itália, mas também conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).
O barco com imigrantes africanos partiu da Líbia no dia 18 de abril de 2015, e afundou após colidir com um cargueiro português, cujos marinheiros tentaram salvar as vítimas, tendo 28 pessoas sido resgatadas com vida.
No dia do acidente, a Marinha Italiana conseguiu recuperar 169 corpos que estavam boiando nas águas do Mar Mediterrâneo.
Com informações das Agências Reuters e France Presse