O Governo da Arábia Saudita anunciou na tarde deste domingo (03/12) o rompimento diplomático com o Irã, depois que manifestantes contrário a execuções de terroristas invadiram e depredaram a Embaixada Saudita em Teerã.
O anúncio do rompimento foi feito pelo ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Abdel al-Jubeir, durante entrevista coletiva concedida à imprensa local e estrangeira. Ele disse que as relações diplomáticas foram oficialmente ‘cortadas’ em decorrência da invasão da Embaixada em Teerã e do Consulado em Mashhad, e, sobretudo, pelo fato das autoridades iranianas não terem garantido a segurança das respectivas representações diplomáticas, conforme determina as Leis Internacionais.
Ainda segundo Abdel al-Jubeir, todos os diplomatas e funcionários iranianos em território saudita tem 48 horas para deixar o país, caso contrário serão detidos e deportados.
As relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irã sempre foram tensas, mas elas se deterioram rapidamente depois da execução de 47 pessoas acusadas de atos terroristas. Entre elas, jihadistas da Al-Qaeda e do Estado Islâmico, e também, do clérigo xiita Nimr Baquir al-Nimr.
As autoridades iranianas ainda não se manifestaram oficialmente sobre o rompimento das relações diplomáticas, mas disseram que 40 pessoas que supostamente invadiram a Embaixada Saudita em Terrã foram presas.
Já o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, disse que os sauditas sofrerão uma “divina vingança” pela morte do clérigo Nimr Baquir al-Nimr.
Logo após a invasão da Embaixada, diplomatas sauditas e alguns funcionários da representação diplomática deixaram rapidamente Teerã, e desembarcaram em segurança no Aeroporto de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Neste momento, chega à redação do Campo Grande Notícias, a informação de que autoridades policiais iranianas teriam prendido mais 20 pessoas acusadas de terem invadido e depredado a Embaixada Saudita em Teerã.
O prédio da Embaixada Saudita em Teerã foi depredado e incendiado, tendo os manifestantes sido retirados a força de dentro do edifício, que permanece cercado pela polícia iraniana.
O procurador-geral do Irã, Abbas Jafari Dolatabadi, disse em entrevista coletiva que todos os responsáveis pela invasão da representação diplomática saudita serão identificados, presos e processados, e que este tipo de incidente não possui justificativa.
Já o presidente do Irã, Hassan Rohani, condenou a execução do clérigo xiita pelos sauditas, mas também condenou o ataque à Embaixada em Teerã.
“A ação tomada por um grupo de extremistas na noite passada em Teerã e Mashhad (…) contra a embaixada e o consulado da Arábia Saudita, que devem estar legal e religiosamente sob a proteção da República Islâmica, é totalmente injustificável”, afirmou Hassan Rohani à agência oficial de notícias Irna.
Com informações das Agências Reuters, AFP e Irna