Aleppo (Síria) continua sitiada e bombardeios voltaram a ocorrer na cidade

Cidadão sírio caminha em rua de Aleppo, no Norte da Síria, cujos prédios foram destruídos por novos bombardeios aéreos ocorridos neste domingo (23/10) – Foto: Abdalrhman Ismail/Reuters

Cidadão sírio caminha em rua de Aleppo, no Norte da Síria, cujos prédios foram destruídos por novos bombardeios aéreos ocorridos neste domingo (23/10) – Foto: Abdalrhman Ismail/Reuters

A cidade de Aleppo, no Norte da Síria, continua sitiada e os confrontos entre rebeldes e militares do Exército, leais ao presidente/ditador Bashar al-Assad, se intensificaram nas próximas horas. Aviões sírios e russos voltaram a bombardear a região, atingindo principalmente casas e residências.

De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, logo após o fim da trégua humanitária, estabelecida pela Rússia por apenas três dias, aviões russos e sírios voltaram a bombardear a cidade, tendo os ataques atingidos centros médicos e residências de civis.

Mesmo com a trégua, soldados do Exército Sírio impediram a saída de civis feridos, inclusive de crianças.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), cuja sede fica localizada em Londres, na Inglaterra, denunciou o governo Sírio a Organização das Nações Unidas (ONU), por impedir a saída de civis da cidade.

Nos ataques e confrontos de hoje duas pessoas morreram e três ficaram feridas. Ainda não é possível saber se são civis e/ou rebeldes que lutam para tentar derrubar Bashar al-Assad do poder.

Durante a madrugada deste domingo (23/10), foguetes foram disparados em direção a bairros localizados na Região Oeste de Aleppo, que permanecem sob o controle das forças leais a Bashar al-Assad. Ao mesmo tempo, aviões sírios bombardearam bairros controlados por rebeldes.

O Conselho de Segurança da ONU voltará a se reunir nesta segunda-feira (24/10), em caráter de urgência, para debater a crise humanitária na Síria e tentar estabelecer negociações de paz, mas caso não seja possível, impor uma nova trégua para a retirada de civis que se encontram isolados e sob riscos.

A Guerra Civil na Síria começou em março de 2011 e já causou a morte de aproximadamente 300 mil pessoas, a maioria civis. Aleppo, que já foi a capital econômica do país, hoje encontra-se em ruínas e se tornou símbolo da guerra e, sobretudo, da luta dos rebeldes por liberdade.

Rebelde atira contra tropas do Exército em Aleppo, no Norte da Síria – Foto: Khalil Ashawi/Reuters

Rebelde atira contra tropas do Exército em Aleppo, no Norte da Síria – Foto: Khalil Ashawi/Reuters

A cidade de Aleppo encontra-se, desde 2012, dividida entre bairros (Zona Oeste) controlados por rebeldes e bairros (Zona Leste) controlados por militares do Exército Sírio.

Os confrontos entre rebeldes e militares dificulta a chegada de ajuda humanitária a cidade, penalizando os civis, principalmente as crianças. Segundo a ONU, a situação é crítica, podendo se transformar em um genocídio.

Antes da guerra, viviam na cidade de Aleppo cerca de 350 mil habitantes, mas hoje apenas 150 mil ainda vivem na região. Em 22 de setembro deste ano, a Rússia foi formalmente acusada de cometer “crimes de guerra”, por bombardear bairros onde se concentram apenas civis.

Após a acusação, o Governo Russo decidiu estabelecer um cessar-fogo por três dias, com o objetivo de permitir a chegada de ajuda humanitária a cidade, porém soldados sírios impediram a saída de civis da região, condenando-os a morte certa.

Foram estabelecidos oito ‘corredores’ para que caminhões da ONU com ajuda humanitária chegasse a cidade de Aleppo. Os rebeldes permitiram a entrada dos comboios e a saída de feridos e civis. A trégua, no entanto, não permitiu que integrantes da ONU retirassem cerca de 200 civis feridos, os quais foram proibidos de deixar a região por soldados sírios.

Soldados leais a Bashar al-Assad avançam em Aleppo, no Norte da Síria – Foto: George Ourfalian/AFP

Soldados leais a Bashar al-Assad avançam em Aleppo, no Norte da Síria – Foto: George Ourfalian/AFP

As autoridades russas e a imprensa estatal síria acusam os rebeldes, os quais denominam de “terroristas”, de impedires que os civis abandonem a região, supostamente para fazerem vítimas e acusarem os governos da Rússia e da Síria.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, confirmou a informação, alegando ainda que os rebeldes sírios recorrem a “ameaças, chantagens e a força bruta” para impedir a entrega de ajuda humanitária e a saída de civis.

Na última sexta-feira (21/10), o Conselho de Segurança da ONU recebeu um relatório confidencial informando que o Exército Sírio teria realizado no dia 16 de março de 2015, um ataque com armas químicas na cidade de Qmenas, na Província de Idleb. O relatório diz que foi usado a substância cloro.

Novos ataques com armas químicas estariam sendo realizados em cidades na Síria, tendo dois sido atribuído ao Governo Sírio e um ao Estado Islâmico. Analistas da ONU estão investigando os casos, e acredita-se que tenha sido usado o gás mostarda.

Os ataques ocorreram em agosto de 2015, na cidade de Marea, nas proximidades de Aleppo, no Norte do país.

Com informações das Agências France Presse e Reuters

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo