PCDs dão show de disputa e superação no ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro, na Serra (ES)

São Paulo (SP) – O sábado (13) foi da categoria PCDs no ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro 2025, apresentado por Extrabom, última etapa feminina do Circuito Mundial de 2025. E com momentos de disputa, superação, emoção e inclusão até a definição das campeãs da temporada, com muita festa ao sair do mar e no pódio. Carla Cunha comemorou o tricampeonato entre as Amputadas, enquanto Renata Bazone, na Deficientes Visuais, e Tiana Viana, na Mastectomizadas, foram bicampeãs.

Comemoração da categoria ao final das disputas (Wahine Bodyboarding Pro / Divulgação)

A PCDs, que não conta pontos para o Circuito Mundial, é uma categoria exclusiva do Wahine, que ano a ano faz história no evento, com as atletas desafiando seus limites. As disputas estão sendo realizadas na praia do Solemar, em Jacaraípe, na Serra, no Espírito Santo, e prosseguem neste domingo (14), com as baterias das categorias Profissional, Pro Júnior e Máster, a partir das 9 horas.

Pioneira no esporte, a pernambucana Carla Cunha, que venceu as edições de 2023, 2024 e 2025, não escondeu a emoção ao comemorar o tricampeonato. Aos 43 anos, ela venceu a bateria com 12.40 pontos. “Três anos no Wahine, muito feliz. Fui a primeira mulher amputada a começar nesse esporte, em 2021, e no Wahine me encontrei, mudou a minha vida. Todas são vencedoras. Vencemos os limites que a vida nos impôs. Um show de inclusão e coragem em estar aqui“, destacou Carla.

Na Deficientes Visuais, a festa pelo segundo ano seguido foi de Renata Bazone, 51 anos, com 9.85 pontos, carioca que chegou a Serra ainda criança. “Competi a primeira vez no ano passado e, agora, muito emocionada por voltar e conquistar mais esse título. Estava muito ansiosa, nem dormi direito. Senti o gostinho em 2024 e, agora, novamente. E repetindo a parceria com o meu guia, Dudu Freitas, que veio do Ceará para essa grande conexão que temos, fundamental, fazendo o diferencial na minha vida“, explicou.

Festa da pernambucana na Amputadas (Wahine Bodyboarding Pro / Divulgação)

Na Mastectomizadas, ao conquistar o bicampeonato, com 12.25 pontos, a paraibana Tiana Dantas, anunciou a sua despedida. “Encerro minha carreira com chave de ouro aqui no Wahine. Quero agradecer, primeiramente, ao Criador, pois só quem viveu o câncer sabe o que é. O Wahine me alimenta, me dá energia. Agora, estou passando o bastão, para iniciar um novo ciclo. Muito feliz por tudo. Vim, cumpri a missão e está aberto o caminho“, afirmou.

A pentacampeã Neymara Carvalho, idealizadora e organizadora do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro, emocionada, participou da entrega dos troféus e destacou a força dessas mulheres. “O discurso vem do coração. Tem de ser vivido, tem de ser emoção. E o Wahine é isso. É de todas nós, de todas vocês. Vocês ensinam muito mais a gente, do que a gente a vocês. São responsáveis por captar mais atletas para o esporte. O Wahine me fez ter esse contato e essa amizade com as participantes da PCDs“.

Quem também subiu ao pódio para parabenizar as participantes foi o professor Hudson Renato, responsável pela categoria no ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro, técnico esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro – em atletismo e natação paralímpica. “Muito obrigado a vocês e quero parabenizar todos os caddies que estiveram acompanhado as nossas atletas“, observou.

Carla vencendo para ser tricampeã (Divulgação)

Classificação da categoria PCDs 2025

Amputadas: 1. Carla Cunha, 12.40 pontos; 2. Cristiane Andrade, 10.25; 3. Letícia Oliveira, 8.40; 4. Vitória Regina, 5.50.

Deficientes Visuais: 1. Renata Bazone, 9.85 pontos; 2. Adriele Helmer, 8.85; 3. Thays Mendes, 6.50.

Mastectomizadas: 1. Tiana Dantas, 12.25; 2. Rangeria Amorim, 6.75.

A etapa – As melhores atletas do ranking mundial do IBC (International Bodyboarding Corporation) estão no Espírito Santo para a disputa do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro 2025. São 120 bodyboarders, de mais de 10 países, na competição que tem uma premiação total de 45 mil dólares (R$ 240 mil), transformando as ondas de Jacaraípe, mais uma vez, no centro das atenções do bodyboarding no mundo.

Além das campeãs mundiais da temporada na Pro Júnior e Máster, a competição definirá, também, o título da categoria Profissional. Na Profissional, a disputa reúne nomes como a líder e a vice-líder do ranking mundial, Namika Yamashita (Japão) e Alexandra Rinder (Áustria), assim como a quarta colocada, a portuguesa Joana Schenker. O Brasil estará representado por atletas capixabas como Neymara Carvalho, número cinco no ranking mundial; Maíra Viana (carioca radicada no estado), décima primeira do mundo; Maylla Venturin, número sete; além de Luna Hardman (21ª) e Bianca Simões (oitava), destaques da nova geração.

O evento – O ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro 2025, organizado e idealizado pela pentacampeã mundial Neymara Carvalho, surgiu em 2021. “Wahine”, que significa mulher na língua havaiana, evidencia o resgate da conexão com os povos indígenas das ilhas do Havaí e inspira o evento. Foi em águas havaianas que a atleta venceu uma das mais acirradas disputas do Circuito Mundial, na Praia de Pipeline, ganhando em 2006 e 2011.
O Circuito Mundial Feminino tem quatro etapas ao longo do ano (Agadir/Marrocos, Iquique/Chile, Sintra/Portugal e Wahine/Brasil) e distribui total de 220 mil dólares de premiação. O ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro 2025, apresentado por Extrabom, tem patrocínio principal da ArcelorMittal, com patrocínio máster do Governo do Estado do Espírito Santo por meio da LIEC, patrocínio da EDP Brasil, com apoio do Grupo Coroa, Jaklayne Joias e Prefeitura de Serra, realização do INC (Instituto Neymara Carvalho) e IBC (International Bodyboarding Corporation), com homologação da Confederação Brasileira de Bodyboarding.