Campo Grande (MS) – A pecuária brasileira vive um novo ciclo, marcado pela recuperação dos preços e por oportunidades no mercado interno e externo. A avaliação é do presidente da Associação Novilho Precoce MS, Rafael Gratão, que participou nesta semana de de um talk show agro, realizado pelo Sicredi União MS/TO, durante o Conexão Agro, na sede do Sistema OCB/MS.

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“Saímos do ano passado com um boi na faixa de R$ 200 a R$ 220, para hoje trabalharmos entre R$ 290 e R$ 320. Mesmo no pior cenário recente, como a tarifação, o mercado reagiu e voltou rapidamente para R$ 315. Isso mostra que temos um cenário positivo e resiliente”, destacou Gratão.
Apesar do otimismo, ele reforça que a gestão financeira não pode ser negligenciada. “O produtor não pode deixar despercebida as questões ligadas aos juros, da taxação e da sua alavancagem. É essencial fazer contas, buscar uma boa consultoria, organizar o fluxo de caixa e planejar o futuro. Para quem vende bezerro ou boi gordo, o momento é de boa receita, mas cada um precisa cuidar da margem e das características individuais do seu negócio”, completou.
Além da gestão e do planejamento, Gratão defendeu o investimento em qualificação. “O conhecimento é uma ferramenta essencial. Com ele, conseguimos tomar decisões mais assertivas e garantir a competitividade do nosso produto. Parcerias com instituições financeiras e programas de capacitação, como os do Senar, ampliam a capacidade de investimento e inovação do produtor”, afirmou.
Na sequência, a jornalista e especialista em economia e agronegócio, Kellen Severo, trouxe dados e tendências que confirmam o cenário favorável. “O aumento do consumo de proteínas no mundo, impulsionado pela elevação da renda em diversas regiões, é uma realidade. As Américas têm se consolidado como fornecedoras estratégicas de alimentos, e o Brasil ocupa uma posição de destaque”, explicou.
Segundo ela, o cenário internacional coloca o país em vantagem competitiva, especialmente quando outros mercados enfrentam limitações produtivas ou barreiras sanitárias. “Os setores mais importantes da nossa economia têm um horizonte de crescimento sólido. Isso significa que, apesar dos desafios, o produtor brasileiro está posicionado em um mercado que seguirá em expansão, o que vai favorecer o envio dos nossos produtos”, completou.
Ambos reforçaram que estados como Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul têm potencial para ampliar sua participação nas exportações de carne bovina, impulsionadas pela demanda crescente de países como Japão, mercado que tem sido trabalhado pelo atual Governo do Estado de MS.