MS Dance Fest 2025: a dança urbana toma conta de Campo Grande na 12ª edição do festival

De quinta (20) a domingo (23), a dança toma conta do Rádio Clube Cidade e da Praça do Rádio Clube, reunindo talentos de MS e grandes nomes da cena nacional e internacional

O chão de Campo Grande vai tremer na próxima semana, de quinta (20) a domingo (23), quando o MS Dance Fest chega à sua 12ª edição prometendo ser “a mais pesada da história”. O festival — um dos principais encontros da dança em Mato Grosso do Sul — retorna após dois anos, ocupando o Rádio Clube Cidade e a Praça do Rádio Clube, locais simbólicos para o movimento: foi ali, há 29 anos, que nasceu o projeto Funk-se, marco da cultura urbana no Estado.

MS Dance Fest 11a edilção realizado no Armazém Cultural em 2022

MS Dance Fest 11a edilção realizado no Armazém Cultural em 2022 | Divulgação

Com batalhas, competições, workshops, performances e intervenções urbanas, o MSDF 2025 reafirma o compromisso de ser um espaço de formação, celebração e resistência — onde diferentes vertentes da dança se encontram. A programação inclui ainda uma intervenção do grupo Zumb.boys (SP), no sábado (22), na Rua 14 de Julho com a Rua Barão do Rio Branco, ao meio-dia. Informações na íntegra você encontra no Instagram (@espacofnk).

MSDF com alunos no Armazém Cultural em Campo Grande

MSDF com alunos no Armazém Cultural em Campo Grande | Divulgação

A edição mais pesada da história

“Pesada no sentido de amplitude”, explica Edson Clair, diretor do grupo Funk-se e idealizador do festival. “Pela primeira vez, teremos uma competição de K-Pop, uma noite para estilos que não se encaixam nas danças urbanas, o módulo MSDF Academy, com foco em capacitação artística, e as tradicionais batalhas e competições com premiação em dinheiro. Essa edição foi pensada para contemplar todas as linguagens da dança e suas potências”.

Em 2022, com batalhas de breaking e outros estilos da cultura Hip Hop

Em 2022, com batalhas de breaking e outros estilos da cultura Hip Hop | Divulgação

Com financiamento da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), o evento retoma sua grandeza com estrutura ampliada e programação que vai do palco à rua. “O que mais me emociona é ver a Praça do Rádio Clube cheia de famílias, com crianças e jovens vibrando com a dança. É isso que me move: saber que esse festival segue inspirando gerações e mantendo viva a arte mais sensível de todas — a dança”, completa Clair.

Noite de entrega dos prêmios Jair Damasceno e Tinho Shermann

Noite de entrega dos prêmios Jair Damasceno e Tinho Shermann | Divulgação

MSDF Academy: formação para além da técnica

 Voltado a bailarinos profissionais, diretores, coreógrafos e intérpretes-criadores, o MSDF Academy propõe uma imersão na escuta do corpo e na criação artística. O módulo recebe nomes de destaque nacional, entre eles Gladstone Navarro, Henrique Lima, André Rockmaster e Vitor Hanamoto, que ministra a oficina “Corpo entre Ar”.

Para Hanamoto, a proposta é transformar o ato de dançar em um exercício de presença. “Os participantes podem esperar um espaço de pesquisa, não de desempenho. Não se trata de buscar um resultado estético, mas de perceber como o ar atravessa o corpo e transforma o movimento. Em tempos de aceleração, parar para respirar é quase um ato de resistência”, diz o artista que aceitou o convite para o evento porque “o MSDF é um espaço de encontro e investigação, onde cada corpo pode descobrir suas próprias perguntas”, completa.

Competição com batalhas em 2022

Competição com batalhas em 2022 | Divulgação

Workshops e colabs: o corpo como potência

Os workshops reúnem artistas que representam o presente e o futuro da dança brasileira, como Natasha Sousa, Vitor Lock e Vini Gomes (SP) e Max Moura (MS). As colabs terão nomes importantes da cena sul-mato-grossense e nacional como o duo Ariel Ribeiro e Lavínia de Lucca, e um trio formado por Jaqueline Basílio, Fernando Gomes e Samuel Santana (Sassá).

Para Natasha Sousa, que vem de projetos sociais em São Paulo e hoje se apresenta em diferentes estados e países, o festival é um retorno às origens. “Voltar à base é um gesto de potência. Comecei em projeto social e, depois de viver tantas experiências, reencontrar esses espaços é lembrar por que comecei. Estar no MSDF é reviver e honrar minhas origens, transformando vivência em partilha”.

Outra participação marcante é Max Moura (MS), artista de Sonora, que participou de todas as edições do festival como competidor e agora retorna como professor. “O que mais me marca não são só os prêmios — e foram 11 títulos com a Cia Movimento Dance —, mas as histórias, as trocas e as conexões que o MSDF proporciona. Voltar agora como convidado e professor é uma forma de retribuir tudo o que vivi ali”.

Na oficina que ministra, Max traz a essência dos anos 90 misturada a técnicas contemporâneas do hip hop. “A dança pra mim é contar histórias, é se conectar. Quero inspirar os novos talentos e mostrar que o foco não é o resultado, mas a mensagem que cada corpo quer passar. O festival é um espaço de crescimento e descobertas — um lugar onde todos são protagonistas do seu próprio universo da dança”.

Premiação e homenagem

Além das competições solo, duo, trio e conjunto — com categorias júnior e sênior —, o festival entrega premiações em dinheiro e presta homenagem à artista plástica e professora Sarah Figueiró, pioneira da dança em Mato Grosso do Sul. “Homenagear quem abriu caminhos é também educar o olhar das novas gerações. A história da dança em MS foi construída por muitas mãos, e Sarah é uma das mais importantes delas”, destaca Clair.

Grupo de dança de Max Moura que ganhou premiação em 2022

Grupo de dança de Max Moura que ganhou premiação em 2022 | Divulgação

De autoria de Edson Clair, do Espaço FNK, o festival conta com financiamento da PNAB, via Ministério da Cultura e Governo Federal, por meio de edital da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Setesc e Governo do Estado.

Serviço
MS DANCE FEST 2025 – 12ª edição

De 20 a 23 de novembro
Locais:

• Rádio Clube Cidade – Rua Barão do Rio Branco, 1924, Centro de Campo Grande
• Praça do Rádio Clube – Avenida Afonso Pena, Centro

Intervenção urbana com Zumb.boys (SP)
Sábado (22), às 12h
Rua 14 de Julho com a Barão do Rio Branco

Entrada gratuita/Classificação Livre

Programação completa

Dia 20 (quinta-feira)

Rádio Clube Cidade

09h – 12h | MS Dance Academy – Henrique Lima e Gladstone Navarro
12h – 14h | Almoço
14h30 – 15h45 | Workshop – Vini Gomes
16h – 16h30 | Palco livre / Showcase
16h45 – 18h | Aula colab – Ariel Ribeiro e Lavínia de Lucca
19h30 – 21h | MS Dance Academy – Vitor Hamamoto
19h – 21h30 | Competição K-Pop

Dia 21 (sexta-feira)

Rádio Clube Cidade

08h30 – 09h45 | Workshop – Natasha Sousa
10h – 10h30 | Showcase
10h30 – 11h45 | Workshop – Max Moura
12h – 14h | Almoço
14h30 – 15h45 | Workshop – Vitor Lock
16h – 16h30 | Palco livre / Showcase
16h45 – 18h | Aula colab – Fernando Gomes, Jaqueline Basílio e Sassá
17h – 19h30 | MS Dance Academy – Gladstone Navarro

Praça do Rádio Clube
19h – 21h30 | Prêmio Sarah Figueiró

Dia 22 (sábado)

Rádio Clube Cidade

09h – 10h30 | MS Dance Academy – Vitor Hamamoto
10h30 – 12h | MS Dance Academy – Henrique Lima
12h – 14h | Almoço / Intervenção Zumb.boys
14h30 – 15h45 | Workshop – Vini Gomes
16h – 16h30 | Showcase
16h – 18h | MS Dance Academy – André Rockmaster
16h45 – 18h | Workshop – Natasha Sousa
22h30 | Festa do MSDF

Praça do Rádio Clube
19h – 21h30 | Competição de Danças Urbanas

Dia 23 (domingo)

Rádio Clube Cidade
14h – 17h | Batalhas

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