A energização da Linha de Transmissão Manaus–Boa Vista, realizada em cerimônia na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em Brasília, marcou um momento histórico para o setor elétrico brasileiro. Pela primeira vez, Roraima passa a integrar-se ao Sistema Interligado Nacional (SIN), superando décadas de isolamento que encareciam o custo da energia e limitavam o desenvolvimento do estado.

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O evento reuniu autoridades e técnicos do setor e contou com a participação do senador Dr. Hiran (Progressistas-RR), que destacou a importância simbólica e prática da conquista.
“Esse é um sonho de gerações que finalmente se torna realidade. Vivi mais de 40 anos em Roraima esperando por esse dia. Lembro do meu amigo Dr. Phelippe zDaou, ex diretor da Rede Amazônica que sempre lutou pelo desenvolvimento da região, e que me dizia: ‘Será que vou morrer sem ver Roraima integrada ao Brasil com energia estável e segura?’. Ele se foi, mas sei que estaria feliz de testemunhar essa vitória do povo de Roraima”, afirmou Dr. Hiran.
Obra bilionária e impacto ambiental positivo
Com investimento de R$ 2,6 bilhões, a linha de transmissão possui cerca de 725 quilômetros de extensão em circuito duplo de 500 quilovolts, ligando a Subestação Eng. Lechuga, no Amazonas, até a Subestação Boa Vista, com um ponto intermediário em Rorainópolis. Durante a construção, o empreendimento mobilizou cerca de 3 mil empregos diretos e exigiu esforços logísticos significativos em áreas remotas da Amazônia.
A interligação trará efeitos imediatos. A substituição gradual das usinas térmicas movidas a óleo diesel deve reduzir em mais de 1 milhão de toneladas as emissões anuais de CO₂, além de gerar uma economia superior a R$ 600 milhões por ano em combustíveis fósseis. “É uma virada que une sustentabilidade ambiental e responsabilidade fiscal”, destacou Dr. Hiran.
Benefícios ao consumidor
O senador ressaltou que o impacto será sentido diretamente pelos consumidores. Até agora, o abastecimento dependia da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), encargo pago por todos os brasileiros para sustentar sistemas isolados como o de Roraima. Com a integração ao SIN, o estado terá energia mais estável, limpa e barata. Além disso, a linha permitirá o escoamento de até 700 megawatts de futuras hidrelétricas inventariadas em Roraima para o restante do país.
“Segurança energética chama desenvolvimento. Hoje, Roraima já vive um ciclo virtuoso, com a questão fundiária resolvida, expansão da produção agrícola e exportações para o Caribe e a Ásia. Com energia confiável, vamos abrir as portas para novos investimentos e para a industrialização do nosso estado”, afirmou Dr. Hiran.
Continuidade administrativa e diálogo
Dr. Hiran também destacou que a obra só avançou graças à continuidade administrativa e ao esforço coletivo. Segundo ele, o projeto começou a sair do papel no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando foram criadas as condições políticas e jurídicas para superar entraves históricos, e teve prosseguimento na atual gestão federal.
O senador citou ainda o acordo com as comunidades indígenas Atuari e Waimiri-Atroari, que permitiram a passagem da linha por suas terras em troca de compensações consideradas justas. “Foi uma construção coletiva, que respeitou a realidade local e buscou a sustentabilidade”, ressaltou Dr. Hiran.
Fibra óptica e salto tecnológico
Além da energia, o Linhão carrega também cabos de fibra óptica, que garantem redundância no sistema de comunicações. Roraima passa a contar com três cabos distintos, o que reforça a estabilidade de internet e telefonia no estado. “É um salto tecnológico que se soma ao salto energético, e que coloca Roraima definitivamente no século XXI”, completou Dr. Hiran.
Olhar para o futuro
Dr. Hiran concluiu afirmando que o momento é de celebração, mas também de olhar para frente: “Essa conquista não pertence a um governo ou a um partido específico, mas sim ao povo de Roraima e ao povo brasileiro. Esperamos muito tempo por esse dia, e ele finalmente chegou. Agora é hora de transformar essa energia em desenvolvimento e prosperidade.”