Ilhas de calor urbanas em grandes centros: como se proteger?

Com temperaturas que podem ultrapassar 10°C a mais que em áreas rurais, regiões urbanas concentram calor e exigem cuidados redobrados, especialmente com idosos e crianças

Nas grandes cidades, o calor que muitos sentem no dia a dia tem explicação: trata-se do fenômeno conhecido como ilha de calor urbana. Ele ocorre quando o excesso de asfalto e de concreto e a escassez de áreas verdes fazem com que o ambiente urbano absorva e retenha mais calor do que regiões menos adensadas, mantendo as temperaturas elevadas mesmo após o pôr do sol.

Crédito: Bim/iStock

Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), em 2021, analisou 14 capitais brasileiras e mostrou que a diferença de temperatura entre bairros centrais e áreas rurais pode chegar a impressionantes 12°C. A pesquisa utilizou dados de satélite e estações meteorológicas para traçar o impacto do calor nas regiões mais adensadas.

Os efeitos desse calor todo não param na sensação de desconforto. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um relatório, em 2022, que analisou quase duas décadas de internações hospitalares causadas por altas temperaturas. O resultado acendeu um alerta: houve aumento de 60% nos casos de doenças relacionadas ao calor, como desidratação, insolação e agravamento de doenças cardíacas e respiratórias.

Mesmo sem controle sobre o clima, é possível adotar cuidados que fazem a diferença. Beber água com frequência, dar preferência a roupas leves, proteger-se do sol entre 10h e 16h e buscar locais ventilados são medidas simples e eficazes, reforçadas por instituições como a UNICEF.

Dentro de casa, vale apostar na ventilação natural, abrindo janelas em horários mais frescos e usando cortinas claras para reduzir a entrada do calor. E, quando a ventilação não é suficiente, principalmente em imóveis sem estrutura fixa de refrigeração, o ar-condicionado portátil aparece como uma opção prática. Fácil de transportar, ele ajuda a refrescar diferentes ambientes sem precisar de instalação permanente.

O calor urbano também pode ser enfrentado com medidas que vão além da casa. O site Ecotelhado explica que alternativas como telhados verdes, jardins verticais e pavimentos permeáveis ajudam a refrescar o ambiente, melhorar a umidade do ar e ainda colaboram com o equilíbrio ambiental das cidades.

Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Laboratório de Clima Urbano simulou, em 2020, o impacto da instalação de telhados verdes em áreas densamente construídas da capital fluminense. O resultado foi animador: a temperatura caiu, em média, 4°C nesses locais.

Com ondas de calor cada vez mais frequentes, cuidar da saúde e adaptar o dia a dia às altas temperaturas deixou de ser apenas uma questão de conforto – virou parte da rotina de quem vive nas cidades.

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