O governo de Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta quarta-feira (16) que expressou às autoridades dos Estados Unidos sua “indignação” com o aumento de 50% nas tarifas de importação determinado pelo presidente do país, Donald Trump.

Brasil propôs a abertura de um canal de diálogo para buscar uma solução negociada | Ansaflash
Ao mesmo tempo, o Brasil propôs a abertura de um canal de diálogo para buscar uma solução negociada para a crise comercial entre os dois países.
Em carta assinada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o governo brasileiro manifestou sua “indignação com o anúncio da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1º de agosto”.
Segundo o texto, a medida terá um impacto “muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte”.
A resposta brasileira rebate ainda o argumento apresentado por Trump na semana passada, quando o republicano afirmou que os EUA mantêm uma relação comercial deficitária com o Brasil. De acordo com o documento, o Brasil acumula déficits com Washington que somam, nos últimos 15 anos, quase US$ 410 bilhões.
A carta, enviada na última terça-feira (15) ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio, Jamieson Greer, conclui afirmando que, devido à urgência do tema, o governo brasileiro permanece “pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável”.
O texto, no entanto, não faz qualquer menção à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente réu por tentativa de golpe de Estado, circunstância mencionada por Trump em sua carta de 9 de julho ao justificar o aumento das tarifas.