Festival Africanidades celebra o Mês da Consciência Negra com show da banda BatuqueCanta na UFMS

De 3 a 7 de novembro, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) será palco do Festival Africanidades, uma grande celebração da cultura afro-brasileira. O evento abre o calendário do Mês da Consciência Negra e nasce de uma parceria entre a UFMS e o Instituto Projeto Livres, que há anos transforma vidas por meio da arte, da educação e da sustentabilidade. Toda a programação é gratuita.

Festival Africanidades

Crédito: Roberto Kelsson

A abertura oficial será no dia 3 de novembro, às 19h, no Teatro Glauce Rocha, com o espetáculo “Show Africanidades”, da Banda BatuqueCanta – um grupo formado por alunos e educadores do Instituto Projeto Livres. O espetáculo é o ponto alto da programação e traduz, em som e movimento, a força da ancestralidade que o projeto cultiva desde sua criação.

Festival Africanidades

Crédito: Roberto Kelsson

“Quando o batuque ecoa, a gente se reconhece. É o som do pertencimento, da resistência e da alegria. A cada tambor feito de material reciclável, contamos uma nova história”, afirma a professora Rosimara Ribeiro, idealizadora do Instituto Projeto Livres.

Desde 2020, a Batuquecanta desenvolve um trabalho artístico que une educação ambiental, musicalidade e ancestralidade afro-brasileira, utilizando instrumentos confeccionados com lixo seco e materiais reaproveitados. No palco, o grupo mistura coco, maracatu, samba-reggae, forró e baião, em um repertório vibrante que une canções autorais – como Bate Lata e Pinte sua Tela – a grandes clássicos da música negra brasileira, de Dona Ivone Lara, Leci Brandão e Lazzo Matumbi.

O show também contará com a participação especial do Coletivo Tarja Preta, trazendo performances poéticas e cênicas que evocam memórias ancestrais e resistência negra, com as artistas Eva Vilma e Carmem Lúcia.

Durante o intervalo, o público será convidado a prestigiar o Desfile Afro Sustentável, com a Coleção Fashion Livres – um projeto de moda e reaproveitamento criativo desenvolvido por mulheres da comunidade. As modelos são, em sua maioria, mães de alunos do Instituto, incluindo Lara Ferraz (Miss Mato Grosso do Sul Petit) e Lorayne Cristina (Miss Mirim).

“Ver nossas mulheres desfilando com aquilo que elas mesmas criaram é emocionante. É sobre autoestima, pertencimento e a beleza que nasce da coletividade”, reforça a professora Rô.

Este show integra Projeto Som do Afoxé 2025, que oferecerá oficinas gratuitas de percussão sustentável para crianças e jovens da periferia de Campo Grande. A iniciativa é uma realização do Centro Cultural Instituto Projeto Livres e conta com investimento da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc), do Governo Federal, através do MinC (Ministério da Cultura), operacionalizado pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Fundac (Fundação Municipal de Cultura).

Programação continua

Ainda no dia 3, às 17h, será aberta a exposição “Raízes em Movimentos”, do Coletivo Enegrecer, que completa sete anos de atuação em 2025. A mostra reúne obras de artistas como Érika Pedraza, Lumar, Auriellen Leonel, Glenda Ryan Nefertari, Dauzaker, Renan Rogério, Vitória Lorrayne, Gabriel Mendes, Gabriel Kogg e Rogério Ribeiro, e ficará em cartaz durante todo o mês de novembro na Galeria do Teatro Luís Felipe de Sousa.

A gastronomia afro-brasileira também faz parte do festival com os sabores marcantes de Zezé do Acarajé, figura querida nas feiras e eventos de Campo Grande, que leva o tradicional acarajé baiano e quitutes típicos, além das geleias e licores artesanais de Marileida, produzidos localmente.

Nos dias 4, 5 e 6 de novembro, a UFMS promove uma programação acadêmica com palestras e rodas de conversa reunindo pesquisadores e convidados de 13 países africanos, debatendo temas como identidade, ancestralidade e protagonismo negro nas artes, na educação e na ciência.

O encerramento acontece no dia 7 de novembro, na Concha Acústica da UFMS, com o Sarau “África na Concha”, das 17h às 19h30. O encontro contará com apresentações de Kelly Lopes, Preta Princesa, Associação Cultural Resiliência Capoeira, Liga Breaking e Fael Versos 67, além de um palco aberto para quem quiser mostrar seu talento. Haverá ainda espaço de gastronomia, artesanato e economia criativa, em um ambiente de convivência e celebração coletiva.

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