Flávio Dino se torna alvo dos EUA após comentário sobre Kirk

Brasil teme novas sanções do governo de Donald Trump

Não foi apenas a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro que irritou os Estados Unidos, mas também os comentários de um dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, sobre a morte de Charlie Kirk, proferidos durante o julgamento. Um elemento adicional que faz o país sul-americano temer novas sanções dos EUA.

Flávio Dino

Flávio Dino foi um dos ministros que votaram para condenar Bolsonaro | Ansaflash

Em particular, o Departamento de Estado não gostou das considerações feitas pelo magistrado, que os aliados do líder de direita fizeram chegar à Casa Branca filmadas e traduzidas. As mesmas que um dos filhos de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo, atualmente nos Estados Unidos, publicou em seu perfil no X, definindo-as como “nojentas”.

Dino utilizou o caso da emboscada a Kirk, morto aos 31 anos, para falar do perdão concedido aos invasores do Capitólio como uma iniciativa ineficaz, por não ter levado à “pacificação”.

“Houve um grave crime político” nos EUA, afirmou o ministro, introduzindo seu raciocínio. “Um jovem, que ocupa uma posição política aparentemente ao lado do atual presidente dos EUA, levou um tiro. É curioso notar porque há uma ideia segundo a qual anistia e perdão seriam iguais à paz. Foi feito perdão nos Estados Unidos, mas não há paz. Na verdade, o que define a paz que devemos buscar não é o esquecimento. Às vezes, a paz se obtém pelo funcionamento adequado das instâncias repressivas do Estado”, declarou.

“Ele é louco”, reagiu uma autoridade do Departamento de Estado ao assistir ao vídeo, segundo a CNN Brasil. E os observadores brasileiros temem que Dino possa ser alvo de novas sanções, após as que atingiram o relator do processo contra Bolsonaro, Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky.

Além disso, consta que o próprio Kirk havia pedido ao amigo Trump que apertasse as “tarifas e, se necessário, sancionasse o Brasil” devido ao “comportamento imprudente e imoral” do STF no processo da trama golpista.

Uma declaração dada em março, quatro meses antes de o inquilino da Casa Branca anunciar tarifas de 50% sobre as importações brasileiras e sancionar Moraes.

Por outro lado, o jornal The New York Times elogiou o Supremo por ter condenado um ex-presidente que atentou contra a democracia, “enquanto os Estados Unidos falharam” com o assalto ao Capitólio. “Uma decisão histórica”, afirmou o diário.

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