O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, como a deputada federal Carla Zambelli (PL), por supostas irregularidades na gestão da pandemia de Covid-19.

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A medida chega após o ex-mandatário ter sido condenado pelo próprio Supremo a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano a patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado.
O magistrado solicitou à Polícia Federal (PF) que investigue o caso com base, entre outras fontes, no relatório final da CPI da Covid, apresentado em outubro de 2021 e que acusou Bolsonaro de epidemia com resultado de morte, charlatanismo, crime contra a humanidade, incitação ao crime e crime de responsabilidade.
“Destaco que a investigação parlamentar apontou indícios de crimes contra a Administração Pública, notadamente em contratos, fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de recursos públicos, assinatura de contratos com empresas de ‘fachada’ para prestação de serviços genéricos ou fictícios, dentre outros ilícitos mencionados no relatório da CPI”, afirma o documento assinado por Dino.
Também serão investigados os filhos do ex-presidente — o senador Flávio Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL) — e Carla Zambelli, que está detida na Itália enquanto as autoridades do país analisam um pedido de extradição do Brasil.
Outros nomes incluídos no inquérito são a deputada Bia Kicis (PL), o ex-chanceler Ernesto Araújo, o ex-assessor para assuntos internacionais da Presidência Filipe Martins e o blogueiro Allan dos Santos, que está foragido nos Estados Unidos.