Com a chegada do último mês do ano, a campanha do Dezembro Vermelho ganha destaque em todo o território nacional, pela conscientização quanto às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O período, que também marca o início da temporada de verão e festas, é estratégico para reforçar a importância do cuidado com doenças como sífilis e AIDS. Apesar dos avanços da medicina, mitos antigos ainda circulam e podem prejudicar a prevenção, tornando fundamental o esclarecimento de dúvidas comuns sobre as formas de contágio e a realidade atual dos tratamentos.

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Perigo em banheiros, infecção por mosquitos e sexo oral
Uma das dúvidas mais frequentes da população refere-se ao risco de contágio em banheiros públicos, o que, na grande maioria dos casos, é um mito. Vírus como o HIV, por exemplo, não possuem capacidade de sobrevivência prolongada fora do corpo humano, tornando o risco em assentos sanitários virtualmente nulo, exceto em casos raríssimos de contato direto de mucosas com secreções frescas.
Outra crença popular equivocada é a de que mosquitos poderiam transmitir o vírus da AIDS; biologicamente, o HIV não sobrevive no organismo do inseto, que também não possui a capacidade de injetar sangue de uma pessoa em outra. Por outro lado, há riscos reais que são subestimados, como a prática de sexo oral sem proteção, que é uma via frequente de transmissão de sífilis, herpes, gonorreia e HPV, exigindo o uso de preservativos ou dental dams.
Sífilis em alta e cuidados contra o HIV
Além do combate à desinformação sobre o HIV, o cenário da saúde pública em 2025 aponta para uma preocupação crescente com outras infecções, especificamente a sífilis. O Brasil vive uma explosão silenciosa de sífilis adquirida, revertendo tendências de queda de anos anteriores e atingindo taxas expressivas de 120,8 casos por 100 mil habitantes. Conhecida como “o grande imitador”, a doença pode simular sintomas de alergias ou câncer se não tratada, mas possui cura simples à base de penicilina. O aumento dos casos em gestantes e da sífilis congênita é um indicador de alerta para a necessidade de rigor no pré-natal e no diagnóstico precoce.
No contexto do HIV, a ciência trouxe uma das mais importantes quebras de paradigma das últimas décadas: o conceito I=I (Indetectável é igual a Intransmissível). Pessoas que vivem com HIV, que mantêm o tratamento regular e possuem carga viral indetectável há mais de seis meses, não transmitem o vírus sexualmente. Em 2024, cerca de 95% das pessoas em tratamento no Brasil atingiram esse patamar de indetectabilidade. O dado reforça que o risco real de transmissão reside majoritariamente nas pessoas que desconhecem sua sorologia, estimadas em milhões globalmente, e evidencia que o preconceito ainda é uma barreira tão nociva quanto o próprio vírus.
A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu como metas globais¹ alcançar 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral e, destas, 95% em supressão viral, ou seja, com HIV intransmissível. Hoje, em números gerais, o Brasil possui, respectivamente, 96%, 82% e 95% de alcance.
Segundo o Dr. Alberto Chebabo, médico infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, o acesso à informação qualificada é o primeiro passo para a mudança de cenário. “A evolução diagnóstica e terapêutica transformou o que antes era uma sentença em uma condição crônica manejável. No entanto, precisamos quebrar o estigma para que as pessoas busquem o diagnóstico. O teste não deve ser temido, pois é ele que garante o acesso ao tratamento e à qualidade de vida. A tecnologia hoje joga a nosso favor, permitindo detecções cada vez mais precisas e rápidas“, afirma o especialista.
Nesse ecossistema de saúde, a precisão diagnóstica é a base para qualquer estratégia de controle epidemiológico. O portfólio da Roche Diagnóstica, por exemplo, inclui mais de 60 ensaios, como o Elecsys® HIV combi PT, reconhecido por sua excelente sensibilidade, permitindo a detecção precoce e confiável de infecções. Além de plataformas como o cobas® 5800/6800, que podem aprimorar substancialmente o desempenho dos testes moleculares de doenças infecciosas de alto rendimento integrando eficiência, conectividade e automação com segurança e agilidade. Soluções que permitem não apenas a detecção precoce de doenças, mas também o monitoramento eficaz da carga viral, garantindo que pacientes e médicos tenham em mãos os dados necessários para as melhores decisões clínicas e para a manutenção da saúde pública.










