O curta-metragem Vípuxovoko — que significa “aldeia” na língua Terena — segue consolidando uma trajetória de destaque no circuito audiovisual brasileiro. Filmado em julho de 2024 na Aldeia Água Bonita, em Campo Grande (MS), a obra teve sua estreia em maio deste ano no Festival Curta Cinema e, desde então, vem acumulando reconhecimentos importantes.

Festival do Rio – Foto: Divulgação
Na última quarta-feira, Vípuxovoko recebeu Menção Honrosa na 34ª edição do Festival Mix Brasil, em São Paulo. O júri destacou a força política e estética do filme, justificando a premiação da seguinte forma:
“Uma obra que tece, com delicadeza, as complexidades de uma comunidade diante de questões territoriais, espirituais e identitárias. Entre negociações com o Estado, rituais, celebrações e expressões de moda, o filme constrói um retrato multifacetado onde o político e o íntimo se entrelaçam de forma indissociável. Pela abordagem queer e indígena que expande os horizontes da representação cinematográfica, desafiando estereótipos e ocupando um lugar importante no cinema contemporâneo, o júri da competitiva Brasil – Curta concede menção honrosa a Vípuxovoko – Aldeia.”
Até o momento, o curta já foi selecionado em onze festivais, incluindo o Festival Curta POA, em Porto Alegre (RS), onde foi premiado como Melhor Curta-Metragem, e o Festival do Rio e o Festival Guarnicê.

Still – Foto: Divulgação
Idealizado por Anderson Terena, que à época vivia na Aldeia Água Bonita, e com recursos da Lei Paulo Gustavo, o filme tem direção de Dannon Lacerda, direção de fotografia de Dani Correia, direção de arte de Camila Zavallo e produção de Bianca Machado. A narrativa acompanha Ailton (interpretado pelo próprio Anderson Terena) em sua luta para fortalecer a cultura de seu povo diante de ameaças internas e externas. Inspirado em vivências reais, o filme reafirma a potência da diversidade ao apresentar um protagonista gay dentro de uma perspectiva indígena contemporânea.
Em dezembro, Vípuxovoko segue sua circulação e será exibido no Festival de Trancoso e na 20ª edição do Festival Aruanda, em João Pessoa (PB), que selecionou apenas oito curtas entre cerca de 1.000 inscritos — mais um marco na trajetória ascendente do filme.










